A pesca industrial está atingindo seu limite sustentável no mundo, o que evidencia um crescimento cada vez mais perigoso, alerta a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo o estudo “O Estado Mundial da Pesca e da Aquicultura 2016”, divulgado pela entidade em julho, cerca de 90% dos estoques de peixes estão sendo explorados de modo insustentável e prevê-se um aumento na produção de 17% até 2025. Desde os anos 1970, a sobrepesca mais que triplicou e 40% das espécies mais populares, como o atum, são capturadas em proporções que não permitem reposição à altura. O aquecimento global deverá agravar essa situação, acarretando prejuízos ainda incalculáveis. Mas nem tudo são más notícias no setor. A partir dos números atuais, prevê-se que a aquicultura (as fazendas de pescado) deverá superar em 2021, pela primeira vez, a pesca tradicional como fornecedora de peixes para consumo. Esse modo de produção está gerando benefícios para o comércio, o mercado de trabalho e aumentando a presença de pescados na alimentação de países em desenvolvimento, o que permitiu que o consumo de peixes per capita no mundo atingisse inéditos 20 kg. Segundo a FAO, 12% da população mundial depende hoje, direta ou indiretamente, da indústria pesqueira.