A astrofísica Beatriz Barbuy, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, é a quarta cientista brasileira a receber o prêmio L’Oréal/Unesco para a Mulher na Ciência. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 5 de março na sede da Unesco, em Paris. Em sua 11ª edição, o programa concedeu a cada uma das cinco vencedoras – uma de cada continente – um prêmio no valor de US$ 100 mil. O estudo de Beatriz é sobre a vida das estrelas a partir do nascimento do universo. Com o slogan “O mundo precisa de ciência. A ciência precisa de mulheres”, o Programa L’Oréal/Unesco para a Mulher na Ciência visa incentivar a presença feminina na linha de frente do conhecimento e garantir visibilidade ao trabalho das pesquisadoras. “Essa iniciativa é muito importante em termos de visibilidade e também porque desmistifica a crença de que a mulher não tem cabeça para a ciência”, brinca a geneticista Mayana Zatz, uma das três cientistas brasileiras premiadas em edições passadas. “Mais do que isso, nos ajuda a mostrar que as mulheres que escolhem essa carreira são normais ou, pelo menos, fingimos muito bem. Somos vaidosas, mães, amigas e gostamos de nos divertir.” Além de Mayana, já foram contempladas a física Belita Koiler e a bióloga Lúcia Previato.

Nascida em São Paulo, Beatriz Barbuy, 59 anos, é conhecida dentro da comunidade científica internacional como pesquisadora e líder conceituada. Desde 1997 é professora titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.

“A coisa mais importante que se fez no Brasil nos últimos 50 anos foi dar bolsa de estudos para o pessoal fazer mestrado, doutorado. Hoje se formam 10 mil doutores por ano no Brasil. Isso é que está tirando o país do subdesenvolvimento”

Beatriz Barbuy

Doutora em astrofísica, fez pesquisas em institutos na Califórnia (EUA), em Munique (Alemanha), Cambridge (Reino Unido) e, mais frequentemente, no Observatório de Paris. Realizou cerca de 40 missões de observação no ESO (European Southern Observatory), no Chile. Participou de programas de observação do telescópio espacial Hubble, foi nomeada presidente da Sociedade Astronômica Brasileira (1992-1994) e representou o Brasil no Projeto Gemini, da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia (Aura). Nos últimos cinco anos, tornou-se líder internacional em seu campo de pesquisas e foi eleita membro da Academia Francesa de Ciências (2005) e da Academia de Ciências para o Mundo (TWAS, 2007). Atuou junto à Unesco e à ONU para definir 2009 como o Ano Internacional da Astronomia, cujo congresso internacional, da qual Beatriz é vicepresidente, ocorrerá em agosto, no Rio de Janeiro.

 

Criado em 1998, o Programa L’Oréal/Unesco For Women in Science é fruto de uma parceria entre o Grupo L’Oréal e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 11 anos de história, o programa tem incentivado centenas de pesquisas na África, Ásia, Europa, América Latina e América do Norte. Em 2000, sua abrangência foi ampliada com a criação do L’Oréal/Unesco Fellowship Program, que passou a oferecer premiações locais para incentivar jovens cientistas em mais de 40 países, inclusive o Brasil, com o apoio das Comissões Nacionais da Unesco e de instituições científicas locais renomadas. As inscrições para a versão nacional da edição 2009 do programa foram abertas em 8 de março. Mais informações no site da Academia Brasileira de Ciências: www.abc.org.br.

 

Correio da Unesco ganha versão em português

internautas dos oito países da Comunidade dos Países de língua Portuguesa (CPlP) passam a contar, a partir de agora, com a versão em português da revista eletrônica Correio da Unesco, periódico publicado pela organização desde 1948, quando foi lançado em formato impresso. a inclusão do português faz do idioma a única língua não-oficial das Nações Unidas a contar com uma edição da revista, publicada mensalmente na página da Unesco, na internet. Com a nova versão, o universo de potenciais leitores da revista, já divulgada em inglês, francês, espanhol, chinês, russo e árabe, ganhará um considerável reforço: segundo estimativas da CPlP, Portugal, brasil, angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-bissau, Timor leste e São Tomé e Príncipe somam cerca de 230 milhões de pessoas, o que faz do português a quinta língua mais falada no mundo. a maior penetração da revista significa um importante apoio à disseminação das ideias defendidas pela Unesco. Publicada com linha editorial universalista e focada em temas associados às áreas de mandato da organização, como educação, meio ambiente, cultura, direitos humanos e patrimônio mundial, a versão em português do Correio da Unesco amplia a presença do periódico na américa latina, África e no sudeste da Ásia, regiões ainda afetadas por problemas como os de natureza social e ambiental. Para acessar e assinar gratuitamente a mais nova edição do Correio da Unesco:

http://typo38.unesco.org/index. php?id=553&L=9

 

Patrimônio subaquático

Oito anos após sua elaboração, entrou em vigor, em 2 de janeiro, a Convenção sobre Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático da Unesco. ratificado por 20 estadosmembros da organização, o documento tem por objetivo a preservação in situ de toda a reminiscência de existência humana submersa por mais de um século por meio de medidas como a prevenção ao saque a naufrágios ou a sítios arqueológicos subaquáticos por caçadores de tesouros. “De agora em diante, será possível oferecer proteção jurídica à memória histórica presente em patrimônios culturais submersos e reduzir, assim, o crescente comércio ilícito praticado por saqueadores”, destacou o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura.

info: www.unesco.org/culture/en/underwater

Parceria Vale e Unesco para a educação

O representante da Unesco no brasil, Vincent Defourny, e o diretor-executivo de Gestão e Sustentabilidade da Vale do rio Doce, Demian Fiocca, assinaram no rio de Janeiro um memorandode entendimento destinado a intensificar o desenvolvimento de atividades conjuntas da organização e da mineradora na área educacional. Por meio do convênio, a Unesco no brasil e a Vale se comprometem a atuar dentro dos objetivos estratégicos e prioridades da organização em áreas de interesse da mineradora e nas regiões geográficas de atuação da empresa. Entre outras medidas, a parceria promoverá a oferta qualitativa de educação profissional como meio de desenvolvimento humano e social e ações de educação nos ensinos fundamental, médio, técnico e superior. Com a assinatura do memorando, Vale e Unesco confirmam o compromisso conjunto para diversificar e ampliar mecanismos de cooperação em temas convergentes, incluindo a possibilidade de atuação nos países africanos de língua portuguesa em que a Vale esteja operando.