O desaparecimento de um avião da Malaysia Airlines desde março desencadeou um debate mundial sobre o monitoramento desses aparelhos. Há falhas na vigilância dos radares, que podem ser inoperantes em determinadas condições.

Sequestro, sabotagem, suicídio ou acidente, a grande pergunta sobre o Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido desde 8 de março entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo, é:  como é possível um avião desse porte sumir das telas na era do GPS? 

Enquanto as autoridades australianas concentram as buscas por submarinos-robôs numa área de 340 km2, 1.700 quilômetros a noroeste da cidade de Perth, especialistas concordam que, fora do ambiente dos radares militares que flagram todo objeto aéreo em seu raio de alcance, o monitoramento de voos depende essencialmente da “cooperação” entre o avião, o piloto e o controle em terra. Os vários sistemas redundantes de rastreamento a bordo podem servir para nada se forem desligados de propósito.

Os radares secundários da aviação civil (ver quadro na página ao lado) não “veem” o aparelho se o transponder, que conecta o piloto ao controlador, for desligado. O mesmo ocorre em relação aos satélites, se os equipamentos do avião que enviam automaticamente dados sobre o voo forem desativados. 

Enquanto as respostas sobre o que ocorreu com o avião malaio jazem em algum lugar do fundo do Oceano Índico (a 4.500 metros de profundidade), o caso deverá reforçar a adoção de um novo sistema de monitoramento, o NextGen (Next Generation Air Transportation System) Usando um sistema de navegação por satélite similar ao disponível para automóveis, o NextGen proporcionará a pilotos e controladores informações detalhadas e em tempo real do avião, que podem induzir a mudanças de rota que proporcionem economia de tempo ou de combustível. A promessa é que o sistema estará implantado nos Estados Unidos até 2025, a um custo altamente salgado: US$ 40 bilhões.