Desde menina gosto do sabor do mel. Até hoje, quando encontro mel de boa qualidade, compro uns litros para adoçar alimentos, substituindo o açúcar. Graças à matéria sobre o poder curativo do mel (PLANETA 433), fiquei sabendo que ele serve para uma série de outras coisas. Li há pouco, no entanto, que toda a população mundial de abelhas está ameaçada de extinção, e que a maior parte das colméias nos Estados Unidos já desapareceu. Isso é verdade? O que ameaça esses insetos? Jurema Abecassiz, Teófilo Otoni, MG, e-mail jabecassiz@uol.com.br

Nota da Redação: Cara Jurema, os Estados Unidos realmente enfrentam um desaparecimento em massa das abelhas melíferas de criação, fenômeno que estaria ligado a um vírus identificado em 2004 em Israel, afirmam os cientistas. Pesquisadores recorreram às técnicas de seqüenciação genética dos microrganismos dos intestinos das abelhas que vivem tanto nas colméias sãs quanto nas contaminadas pelo mal. As mostras foram extraídas nos Estados Unidos durante três anos.

Eles estabeleceram que uma variante do vírus batizado IAPV (Israeli Acute Paralysis Virus), que paralisa as abelhas, “poderia ser a causa potencial” dessa mortandade, conforme explicou, numa entrevista coletiva, Ian Lipkin, diretor do centro de infecção e imunologia da Universidade de Colúmbia. Segundo ele, a próxima etapa da pesquisa é determinar se o IAPV é a única causa desse fenômeno ou se coexiste com outros fatores, como micróbios, toxinas, inseticidas ou a nutrição dificultada pela seca. “Essa pesquisa revela uma boa pista, mas é pouco provável que o IAPV seja a única causa”, comentou Jeffrey Pettis, entomologista do Ministério da Agricultura dos EUA e um dos autores do estudo. Para outros entomologistas, como Diana Cox-Foster, da Universidade da Pensilvânia, “alguns inseticidas químicos enfraqueceriam as abelhas, deixando-as mais vulneráveis ao vírus”.

Pais x filhos

Superoportuno o artigo sobre a crise de autoridade parental que tantas famílias brasileiras – e no mundo todo – vivem atualmente (PLANETA 433). Sou professora primária há quase 20 anos e diariamente verifico – para desgosto meu – algum reflexo dessa crise que começa em casa e termina na sala de aula. Acostumados a se comportar sem limites em casa e a fazer gato e sapato dos próprios pais, das empregadas domésticas e de qualquer outra pessoa que não se curve a seus caprichos, muitas crianças querem se comportar da mesma forma na escola e em relação ao professor. Claro, isso não pode ser tolerado pelo professor, pois a base do ensino e do aprendizado é a disciplina e o respeito pela fonte de onde emana a informação e o saber. No embate entre esses poderes, o que se verifica é o inferno: enorme perda do tempo e da energia que deveriam ser dedicados ao ensino e à formação cultural e intelectual da criança. Muitos de nós, professores, tomados pelo desalento, esmorecemos e deixamos o barco correr. Eu mesma, mais de uma vez, senti-me tentada a fazê-lo. Só não permito que isso aconteça – e pago o alto preço, na sensação de que vivo a dar murros em ponta de faca – para poder dormir em paz com minha consciência. Mas, para ser sincera, a cada dia que passa mais desejo que o dia da abençoada aposentadoria chegue logo. Valquíria Pontes Amato, Jacareí, SP, por fax.

Gostei muito da matéria “Pais x Filhos” (PLANETA 433), embora me pareça que o autor tenha exagerado na dose de severidade que recomenda. Será que indo por esse caminho não retornaremos aos tempos dos antológicos castigos como ajoelhar-se sobre grãos de milho ou ficar de costas contra a parede usando o chapéu de burro?

 

À parte a preocupação de que alguns pais de psique pouco equilibrada lancem mão da autoridade paternal para infligir castigos que traumatizem seus filhos, concordo totalmente com o autor da matéria: criança criada sem consciência de limites está destinada a sofrer no mundo lá fora. Basta ver a quantidade de adultos que, carentes dessa consciência, não fazem outra coisa a não ser passar a vida dando cabeçadas nas paredes. Antônia Mendes Romeiro, Belo Horizonte, MG, por fax.