Nativa da Amazônia, a tartaruga de água doce matamatá chama a atenção pela aparência. Tem cabeça achatada e triangular, pescoço largo e narinas que parecem um snorkel.

Imaginava-se que houvesse uma única espécie: Chelus fimbriata, descrita em 1783. Análises de características genéticas e morfológicas e de distribuição geográfica feitas agora por pesquisadores de Brasil, Colômbia, Alemanha e Reino Unido revelaram que são ao menos duas as espécies de matamatá: C. fimbriata e C. orinocensis (“Molecular Phylogenetics and Evolution”, julho).

Cabeça de Chelus orinocensis de afluentes da bacia do rio Negro. Crédito: Richard Vogt/Inpa

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Ambas as espécies se alimentam de peixes, mas são ligeiramente diferentes e habitam regiões distintas. C. fimbriata tem a carapaça escura, mais retangular e ocupa as bacias dos rios Amazonas, no Brasil, e Mahury, na Guiana Francesa. Já a espécie C. orinocensis tem o dorso amarelado e vive nas bacias do rio Orinoco, que corta a Colômbia e a Venezuela, e do alto rio Negro, no Brasil.

(Confira no site da revista “Pesquisa Fapesp”  uma versão ampliada desta reportagem.)