Pessoas de classe média e alta têm disposição maior do que pessoas de baixa renda a sair de casa para trabalhar na pandemia mesmo correndo o risco de contrair o novo coronavírus, segundo estudo de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

O grupo do psiquiatra Rodrigo Grassi de Oliveira preparou um questionário on-line para estimar, em um cenário hipotético, qual risco de contágio (variando de 5% a 80%) as pessoas aceitariam enfrentar para desrespeitar o distanciamento social e manter a renda e a partir de qual probabilidade de contágio ficariam em casa. Houve 7,2 mil participantes.

Em média, as pessoas enfrentariam um risco de contágio de até 38% para ir ao trabalho e manter a renda, mas de até 13% se a possibilidade fosse de adoecer gravemente. Aqueles com mais de 35 anos e renda média ou alta mostraram propensão maior a ir trabalhar para manter o rendimento, mesmo com alto risco de contágio.

Nesse grupo, só não se dispunham a sair de casa, mesmo que perdessem a renda, os com mais de 45 anos e boa saúde financeira (“PLOS ONE”, 19 de janeiro).

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.