O estudo de amostras de sangue e tecido extraídas antes da pandemia de covid-19 pode ajudar a explicar por que a doença é mais grave e mais comum em adultos do que em crianças.

A equipe liderada por Scott Boyd, da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, analisou 12 amostras de tecido de cordão umbilical e de sangue de 93 crianças de 1 a 3 anos de idade, bem como amostras de sangue de 114 adultos de várias idades, além de oito amostras de sangue e de tecidos de oito adultos falecidos (Science, 12 de abril).

Analisando as amostras, a equipe testou a capacidade das células do sistema imune do tipo linfócito B de reconhecer uma série de patógenos. Descobriram uma frequência muito maior de linfócitos B capazes de reagir ao vírus SARS-CoV-2 nas amostras infantis.

Os pesquisadores supõem que a exposição recente das crianças a outras espécies de coronavírus permite que o sistema imune delas identifique melhor o SARS-Cov-2, enquanto os linfócitos B dos adultos já teriam perdido a capacidade de lidar com esse tipo de infecção.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.