A emissão de gás carbônico (CO2) bateu um novo recorde em 2010, superando as piores previsões feitas quatro anos atrás. De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos, 564 milhões de toneladas de CO2 foram lançadas a mais na atmosfera no ano passado do que em 2009, um aumento de 6%. A poluição extra gerada na China e nos EUA, líderes em emissões, corresponde a mais de 50% do acréscimo. Os países emergentes já são responsáveis por mais da metade do CO2 emitido no mundo.

Recifes de coral, primeira vítima

Os recifes de coral serão o primeiro ecossistema a ser eliminado completamente da face da Terra pela atividade humana, afirma Peter Sale, da Universidade de Sydney (Austrália). Para o autor, que estudou a Grande Barreira de Corais por 20 anos e hoje lidera uma equipe no Instituto de Água, Meio e Saúde da Universidade das Nações Unidas, a extinção deverá ocorrer no fim deste século, em virtude, sobretudo, da mudança climática e da acidificação dos oceanos. Mas, dependendo do ritmo, poderá ser antecipada em 40 anos.

Licenças rápidas

O governo brasileiro baixou um pacote reduzindo os prazos para autorizar obras de infraestrutura (como linhas de transmissão) e os custos para compensar danos e impactos no ambiente e nas populações afetadas. Entre as novidades, o Instituto Brasileiro de Meio e Recursos Renováveis (Ibama) só poderá pedir informações complementares do empreendedor uma vez; e este apresentará também explicações uma única vez. Processos de maior complexidade ambiental serão definidos em no máximo 90 dias e os órgãos envolvidos terão diretrizes claras para se manifestar.

 

Controlada pelo grupo ThyssenKrupp, a CSA opera desde 2010.

Siderúrgica estoura emissões do Rio

A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), instalada em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, liberou no ar 5,7 milhões de toneladas de CO2 em seu primeiro ano de produção – 50,22% a mais do que o total de emissões de gases estufa de toda a capital em 2005, ano-base do último inventário. O aumento inviabilizou a meta da prefeitura de reduzir as emissões em 8% em 2012, mas o vice-prefeito e secretário de Meio , Carlos Alberto Muniz, disse que a CSA será excluída da conta por “não estar no cenário” quando o patamar foi definido.

Leis duras para petróleo no mar

A Comissão Europeia apresentou em outubro um projeto que enrijecerá, a partir de 2013, as normas relativas à concessão de licenças para plataformas petrolíferas. Entre os objetivos destaca-se o de regularizar as perfurações em águas a partir de 1 mil metros de profundidade a fim de evitar acidentes como o vazamento de uma plataforma da British Petroleum no Golfo do México em 2010. “Sempre que há uma perfuração surgem grandes riscos”, diz o comissário europeu de Energia, Günther Oettinger.

Sol africano para a Europa

O Marrocos foi eleito o país de estreia de um projeto de ? 400 bilhões (R$ 960 bilhões) liderado por empresas alemãs, que erguerá uma rede de usinas solares e eólicas no norte da África e do Oriente Médio. A primeira unidade, de energia solar, começará a ser construída em 2012 e poderá gerar 500 megawatts, a um custo de ? 2 bilhões. O consórcio Desertec Industrial Initiative (DII), que inclui companhias como E.On, Siemens e Deutsche Bank, pretende suprir 15% da demanda energética europeia até 2050, além de abastecer os países produtores.

empresas + verdes

A Coppertone lançou no Brasil, em parceria com a empresa de reciclagem TerraCycle, um programa de coleta para converter embalagens de protetores solares descartadas em matéria-prima. As embalagens serão transformadas em produtos reciclados (como baldes e displays) e upcycled (bolsas, estojos e sacolas).

O programa Vac From the Sea, pelo qual plásticos recolhidos do mar são usados na produção de eletrodomésticos, rendeu à Electrolux, em outubro, um prêmio da ONU, em parceria com a Associação Internacional de Relações Públicas. O material coletado permitiu à empresa lançar a linha Green de aspiradores de pó, cujos produtos têm 70% de plástico reciclado.

A fabricante de jeans Sawary lançou uma linha de saias, shorts e calças inteiramente desenvolvida com algodão orgânico, sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos. As peças têm uma etiqueta especial, feita em papel orgânico, para diferenciá-las como produto certificado, e são embaladas em um saco feito a partir de amido de milho.

Criado em São Paulo, o projeto social Casa Bombril busca profissionalizar o serviço das empregadas domésticas por meio de cursos gratuitos. A iniciativa tem, entre outras metas, promover debates para fortalecer o protagonismo feminino e resgatar a história da empresa e do País.