Testes feitos usando-se um tratamento genético para o câncer obtiveram resultados tão bons que despertaram a atenção da comunidade médica ainda antes de ser publicados em uma revista científica. O tema foi abordado na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência pelo pesquisador Stanley Riddell, do Fred Hutchinson Cancer Research Center (estado de Washington), que liderou os estudos. Os cientistas selecionaram dezenas de pacientes com diferentes tipos de câncer no sangue, cuja expectativa de vida era de apenas alguns meses.

Eles retiraram células do sistema imunológico dos doentes chamadas de linfócitos T, ou células T (imagem acima), reprogramaram-nas com moléculas “receptoras” direcionadas ao câncer diagnosticado e as reinjetaram nos pacientes. Em um dos estudos, os sintomas da doença sumiram em 94% das pessoas com leucemia linfoblástica aguda. Mais de 80% dos pacientes apresentaram reações positivas e em mais de metade desses houve remissão total da doença. Riddell classificou os resultados como “sem precedentes” na medicina, mas recomenda cautela. Segundo ele, os efeitos colaterais do tratamento, como uma sobrecarga do sistema imunológico, foram notados severamente em cerca de 20 pessoas. Também é preciso ver como o tratamento atua nos tumores, que são mais densos. Mas os senões não reduzem a grande expectativa que cerca o assunto.

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