Entre todos os adjetivos que podem ser atribuídos ao papa Francisco, “improvável” talvez seja o melhor ponto de partida para entender o atual sumo pontífice da Igreja Católica. Desde que foi empossado, o argentino Jorge Mario Bergoglio assume posturas que contrariam a imagem conservadora da Igreja.

Em seus discursos, Francisco se mostrou um crítico contundente do capitalismo, um defensor da causa ambientalista e tem enfrentado tabus do próprio catolicismo. Na encíclica Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum, a primeira dedicada ao meio ambiente, ele recorre à ciência para defender o fim da cultura do consumo e da degradação do planeta.

A escolha de seu nome papal, certamente, não foi gratuita: São Francisco de Assis viveu uma vida de devoção à pobreza e de apreço à natureza (é o patrono dos animais e do meio ambiente). Sua flexibilidade em relação a temas como a homossexualidade pode desagradar a alguns católicos, mas tem conquistado o respeito e a simpatia até mesmo de ateus.

Estes últimos, aliás, ouviram do próprio papa que, desde que praticassem o bem, seriam aceitos no reino de Deus. Francisco tem sido um protagonista político (foi o principal articulador da reaproximação histórica entre EUA e Cuba) defensor de valores humanos essenciais. Uma figura fundamental em tempos como os nossos.