A arte de massagear pés e mãos para curar

Elaborado por Ann Gillanders, diretora da British School of Reflexology, esse livro é um abrangente manual que apresenta, passo a passo, todos os conhecimentos necessários para iniciar-se na reflexologia

Guia completo de reflexologia, Ann Gillanders. Pensamento, 256 páginas, R$ 45.

O livro apresenta o tema de forma dinâmica e agradável, e seu conteúdo interessa tanto ao iniciante quanto a profissionais qualificados que precisem de informações específicas durante uma consulta.

A reflexologia moderna tem apenas um século de vida, mas o tratamento da saúde através da massagem em pontos específicos dos pés já existia em tempos longínquos – uma pintura egípcia de 2330 a.C. mostrava pessoas tratando mãos e pés, e relatos indicam que o tema já era conhecido dos chineses no século 4 d.C. Essa modalidade terapêutica age sobre todo o paciente – corpo, mente e espírito – com o objetivo de levá-lo a um estado de equilíbrio, relaxamento e harmonia que estimule a capacidade natural do organismo de curar-se. Benéfica para qualquer sexo e idade, ela tem atraído o interesse por conseguir resultados positivos em situações nas quais outros métodos falharam.

Diretora da British School of Reflexology e com uma experiência de mais de 30 anos de trabalho, 20 dos quais dedicados também à preparação de novos terapeutas nessa área, a autora é uma reflexologista conhecida internacionalmente e autora de vários livros sobre o assunto. Nessa obra, ela reúne um texto apresentado de forma extremamente didática e acessível e um rico acervo de imagens, que ilustram e enriquecem o conteúdo. Ann Gillanders situa historicamente a reflexologia, descreve como ela funciona, os sistemas orgânicos em que ela atua, os tratamentos e os cuidados que devem ser adotados na atividade e a rotina que deve ser seguida nas sessões. Capítulos especiais tratam da reflexologia da mão, de condições específicas como gravidez, parto, menopausa, câncer e doenças cardíacas, e até de como montar um consultório de reflexologia e atrair pacientes.

 

Religião e sociedade

Um ex-escravo na Bahia do século 19

Domingos Sodré, um sacerdote africano, João José Reis. Companhia das Letras, 463 páginas, R$ 58.

Domingos Sodré chegou à Bahia escravizado, com idade entre 15 e 20 anos, e obteve sua alforria em 1836. Conseguiu subir socialmente, a ponto de se tornar senhor de escravos. Os recursos para atingir essa condição provavelmente vieram de suas atividades como adivinho, curandeiro e feiticeiro. Embora fosse praticante da escravidão, Sodré também chefiou uma junta de alforria e especializou-se em amansar senhores e conquistar a liberdade de escravos. O autor, professor da Universidade Federal da Bahia, utiliza esse quase desconhecido personagem da história local para elaborar cuidadosos retratos, tanto individuais como coletivos, que mostram ao leitor como eram aquela época e aquele lugar. O livro expõe a maneira perversa pela qual o sistema escravista produz relações que combinam violência, alianças, compadrios e protecionismos, num jogo que, simultaneamente, recompõe e mantém hierarquias – entre as camadas sociais, entre homens e mulheres, entre nascidos no Brasil e na África, entre as religiões católica e africanas.

Não-ficção

Relação nova com o planeta

Terra viva – Ciência, intuição e a evolução de Gaia, Stephan Harding. Cultrix, 310 páginas, R$ 45.

Doutor em ecologia pela Universidade de Oxford e coordenador de mestrado em ciência holística do Schumacher College, Stephan Harding troca a linguagem acadêmica por um texto mais solto e acessível para falar sobre um tema caro a todos neste momento de crise planetária: como a teoria de Gaia, a ciência holística e a ecologia profunda podem ajudar a raça humana a desenvolver um senso de conectividade com a Terra e com os demais seres que nela habitam. Todo o trabalho está fundamentado num esforço de integração entre a análise científica ortodoxa, racional, e o lado intuitivo e sensível do autor, que busca devolver personalidade ao mundo inorgânico e aos animais ainda rotulados como irracionais. Isso resulta, por exemplo, numa descrição das reações químicas a partir de metáforas extraídas da vida humana, como a atração, a repulsa ou o casamento. O livro sublinha a urgência de estabelecermos uma relação correta com nosso planeta, tratando-o como entidade viva da qual somos parte indissociável.