● Educação é a chave

O link do portal da Unesco (www. efareport.unesco.org) traz um texto com informações parciais do Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos de 2011, que será publicado em fevereiro. Os novos dados comprovam como a educação ajuda a combater a pobreza e capacita as pessoas com o conhecimento, as habilidades e a confiança de que precisam para construir um futuro melhor. Segundo a equipe que elaborou o relatório, 171 milhões de pessoas poderiam sair da pobreza se todos os estudantes de países de baixa renda obtivessem na escola as habilidades básicas de leitura, o que corresponderia a uma queda de 12% no número de pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia.

O relatório afirma que na última década houve progressos em vários países na inclusão de mais crianças na escola, mas adverte que os governos precisam intensificar seus esforços para alcançar a meta de 2015. Enquanto o número de crianças em idade de cursar a educação primária que está fora da escola caiu quase 37 milhões entre 1999-2008, ainda existiam 69 milhões de crianças fora da escola em 2008. Nos últimos cinco anos ocorreu uma queda acentuada dos níveis de progresso para a universalização da educação primária. Em comparação com a primeira metade da década, o progresso foi reduzido pela metade. Se as tendências atuais continuarem, haverá mais crianças fora da escola em 2015 do que existem atualmente.

● Edgar Morin em Fortaleza

“A compreensão humana é o caminho para a paz. Para a educação do futuro, é preciso ensinar ética, solidariedade e responsabilidade, que caminham juntas no mundo atual, globalizado.” Com essas palavras, o pensador francês Edgar Morin destacou aos educadores e pesquisadores, que participaram da Conferência Internacional dos Sete Saberes Necessários para a Educação do Presente, a necessidade de investir em uma “educação para a civilização”, que deve abrir um novo caminho civilizatório mundial. “O que não se regenera se degenera”, disse Morin.

Promovido em parceria pela Unesco e pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), o evento foi realizado de 21 a 24 de setembro, no Hotel Praia Centro, em Fortaleza, no Ceará, reunindo mais de 1.300 participantes. Na oportunidade, Vincent Defourny, representante da Unesco no Brasil, ressaltou a importância de a discussão sobre os Sete Saberes estar acontecendo no Dia Internacional da Paz, comemorado no dia 21 de setembro. “Em Nova York, hoje, a Assembleia Geral das Nações Unidas está discutindo novos desafios dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) e celebrando também o encerramento da Década de uma Cultura de Paz. Há também a necessidade de promover uma civilização de cultura de paz”, lembrou.

Educação para a paz

Autor da obra Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, lançada pela Unesco em 2000, Morin relatou maneiras e métodos que podem melhorar a educação e o processo de conhecimento no mundo contemporâneo. Segundo ele, um dos saberes cada vez mais importantes é a compreensão humana. “Educação para a paz significa ensinar a desenvolver a capacidade de compreensão humana”, afirmou. A reforma do conhecimento político e social e a formação de uma ética pessoal, civil e humana planetária também foram abordadas por Morin. O filósofo e sociólogo francês defendeu uma ética baseada em ações concretas e estratégicas, ressaltando que “não adianta a ética das intenções” para enfrentar a complexidade e as contradições do mundo atual.

 

● Programa L’Oréal/Unesco para Mulheres na Ciência

Criado em 2006 com o objetivo de incentivar a presença da mulher na linha de frente do conhecimento, garantir visibilidade ao trabalho das pesquisadoras e oferecer condições favoráveis para a continuidade de projetos por meio do auxílio financeiro, o Programa L’Oréal/Unesco para Mulheres na Ciência promoveu a cerimônia anual de entrega de prêmios, no dia 23 de setembro, no Copacabana Palace Hotel, no Rio de Janeiro, quando contemplou sete jovens cientistas brasileiras com uma bolsa-auxílio no valor de US$ 20 mil.

Na abertura desta quinta edição, o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, parabenizou as pesquisadoras vencedoras e ressaltou a necessidade de a ciência ser desenvolvida com consciência. “Os avanços científicos devem contribuir para a melhoria da vida das pessoas, para o desenvolvimento sustentável e para a edificação da paz”, disse ele. “É um orgulho para nós da L’Oréal saber que estamos contribuindo para que estas jovens cientistas deem continuidade às suas pesquisas, que, amanhã, vão ajudar a mudar o mundo e a vida de inúmeras pessoas”, completou François- Xavier Fenart, presidente da L’Oréal Brasil.

As bolsas são distribuídas anualmente para as áreas de ciências biomédicas, biológicas e da saúde, ciências físicas, ciências matemáticas e ciências químicas. Na edição deste ano, o programa premiou as seguintes cientistas: Bruna Romana de Souza – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Cristiane Matté – Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Simone Appenzeller – Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Patrícia Fernanda Schuck – Laboratório de Fisiopatologia Experimental da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc); Lucimara Pires Martins – Instituto de Astronomia Cruzeiro do Sul da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul); Audrey Helen Mariz de Aquino Cysneiros – Departamento de Estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e Káthia Maria Honório – Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da Universidade de São Paulo (USP).

● Parceria pela liberdade de expressão

A Unesco e a Associação Latino- Americana de Investigadores da Comunicação (Alaic) firmaram uma parceria para estimular a liberdade de expressão e o pluralismo na América Latina. O acordo entre as duas instituições estabelece a utilização de recursos do Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação (IPDC, em inglês) a fim de desenvolver atividades que incluam convites a pesquisadores para participar da produção da Revista Latino-Americana de Ciências da Comunicação.

A realização de eventos acadêmicos também está prevista. Nos próximos meses, por exemplo, haverá um seminário internacional sobre a liberdade de expressão e o pluralismo da mídia na América Latina, com presença de pesquisadores de países latinoamericanos, além de seminários locais nos países envolvidos no projeto: Brasil, Bolívia, Argentina, México e Porto Rico.

Entre os temas a serem discutidos nos encontros, estão o conteúdo do portal www.alaic.net, a divulgação e o formato da Revista Latino-Americana de Ciências da Comunicação, assuntos relacionados à liberdade de expressão e os indicadores do desenvolvimento da mídia e formação de estudantes e profissionais.