Se existe uma coisa pela qual Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, merece entrar para a história é por ter trazido seu país à realidade do aquecimento global. Até então, a maioria republicana no Congresso sequer reconhecia que a atividade humana tinha influência sobre o clima do planeta e travava todas as iniciativas destinadas a limitar as emissões nacionais de gases do efeito estufa. Não que o Congresso tenha mudado de opinião por causa dele, mas está tendo de lidar com um governante decidido a liderar ações para frear e reverter os impactos das mudanças climáticas.

Sobretudo a partir da metade do seu segundo mandato, o mandatário do segundo maior poluidor mundial tem atuado em várias frentes para amarrar acordos em prol de uma economia de baixo carbono e impulsionar outros chefes de governo a fazer o mesmo – China e Brasil, inclusive. Em casa, Obama anunciou o Plano Energia Limpa, que fixa redução de 32% de emissões de termelétricas até 2030, ante 2005.

Na Europa, protagonizou as negociações que levaram os sete países mais ricos do mundo a concordar que as emissões devem ser zeradas até o fim do século e que se deve doar US$ 100 bilhões por ano, até 2020, para os países em desenvolvimento seguirem o mesmo rumo. No caso do Brasil, a influência de Obama levou a presidente Dilma Rousseff a firmar um compromisso bilateral de dobrar o uso de biocombustíveis e energia renovável e o comércio com os EUA em dez anos, além de adotar medidas ambiciosas de redução de gases-estufa entre 2020 e 2030.