Ganzi, uma região inóspita do oeste da China pouco menor que o Amapá e povoada por cerca de 1,1 milhão de pessoas, na maioria tibetanos, é o alvo de um investimento maciço do governo chinês para quebrar a resistência cultural de décadas dos moradores locais e deixá-los mais dóceis a Pequim. Situada na província de Sichuan, Ganzi receberá cerca de US$ 30 bilhões por cinco anos para ser integrada à economia chinesa. A capital regional, Kangding, já tem um novo aeroporto de fácil acesso e, em dois anos, uma autoestrada reduzirá a viagem entre essa cidade e a capital provincial, Chengdu, de 20 para três horas. Uma ferrovia orçada em US$ 1 bilhão também está nos planos, assim como investimentos em saúde, educação e geração de empregos. “Em 20 ou 30 anos, atingiremos um padrão de vida escandinavo”, diz o governador de Ganzi, Yeshe Dawa – ele próprio de etnia tibetana.1_pl524_volta7