Além de investirem na construção de robôs para atuar em conflitos, as Forças Armadas dos Estados Unidos planejam fabricar vestes que deixariam os soldados invulneráveis aos ataques inimigos, tal como a armadura do Homem de Ferro. 

Não perder soldados está virando obsessão para as Forças Armadas dos EUA. Além da alternativa de substituir militares por máquinas (veja a matéria de capa da edição 494 de PLANETA), a opção de um traje que deixe os combatentes praticamente invulneráveis também caminha a passos largos.

A ideia remete ao Homem de Ferro da ficção, que voa a velocidades supersônicas, resiste a tiros e tem um arsenal na roupa. Por enquanto, os americanos admitem que o traje não fará ninguém voar. O resto ainda não está definido.

Numa conferência realizada em maio de 2013, o almirante William H. McRaven, chefe do Comando de Operações Especiais dos EUA (Socom), propôs a criação de uma roupa que protegesse os soldados e aumentasse sua percepção, força e efi ciência em combate. A seguir, exortou representantes das indústrias de armas e defesa a lhe trazerem conceitos e tecnologias nesse sentido.

Segundo Michael Fieldson, gerente de projetos do Socom, o Traje de Operador para Assalto Tático Leve (Talos, na sigla em inglês) deverá oferecer proteção integral, leve e efi ciente contra disparos, mais resistência e agilidade. Computadores e antenas embutidos na roupa ampliarão a capacidade de percepção. Sensores vão monitorar a temperatura corporal, os batimentos cardíacos e a hidratação. Aquecedores e resfriadores integrados regularão a temperatura interna da roupa. 

“Não vejo aplicação para um traje desses, a não ser para forças especiais das Forças Armadas”, diz José Vicente da Silva, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo. No contexto de ações urbanas, como as realizadas pela PM, ele salienta que o soldado precisa ter movimentos facilitados, o que o Talos não garante. No caso de forças especiais, o coronel lembra que há outras opções, como robôs e minidrones. 

Três protótipos do Talos deverão ser avaliados em junho. A versão fi nal deverá ser aprovada até 2018 e poderá ser usada ainda nesta década.