Há algumas décadas, a saúde de uma empresa era medida basicamente pelo seu aspecto econômico: o fundamental era dar lucro, e quanto maior, melhor. Desde então, os empresários têm aprendido – às vezes de modo dolorido – que outros fatores também relevantes precisam ser considerados para que o seu negócio prospere sem riscos. Com isso, os impactos ambientais que a atividade acarreta, o relacionamento com as comunidades vizinhas e as autoridades locais, a transparência no trato com a sociedade e a credibilidade advinda de tudo isso também passaram a fazer parte do diagnóstico das companhias. A seguir, apresentamos 12 empresas que mostram ter aprendido a fundo essas lições.

Accor
Ecossistema recuperados

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Reflorestamento na Serra da Canastra: em ritmo acelerado

Presente em mais de 90 países, a AccorHotels – dona de marcas como Sofitel, Mercure e Ibis – lançou em 2011 o programa Planet 21, no qual assume 21 compromissos para um planeta mais equilibrado em sete áreas: saúde, natureza, carbono, inovação, local, emprego e diálogo. Entre as iniciativas adotadas, destaca-se o projeto Plant for the Planet, ligado ao estímulo dado pela empresa aos seus hóspedes para ajudar a preservar o meio ambiente a partir de escolhas simples, como o reúso de toalhas durante a hospedagem.

Essa atitude proporciona economia de recursos naturais, como a água, e financia o plantio de árvores. Realizado em parceria com a Pur Project, o projeto abrange 21 regiões de reflorestamento em países como Brasil, Peru, China, Indonésia, Coreia do Sul, Japão, Nova Zelândia, Austrália, Senegal, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha e Suíça. Desde 2009, mais de 4 milhões de mudas já foram plantadas, e a meta é chegar a 10 milhões até 2021.

No Brasil, a ação ocorre na Serra da Canastra (MG) e cresce em ritmo acelerado. “Atualmente, com a adesão de seus clientes, a AccorHotels já financiou o plantio de mais de 500 mil árvores, reflorestando 180 hectares nas bacias dos rios São Francisco, Araguari e Rio Grande”, afirma Antonietta Varlese, diretora de Comunicações e Responsabilidade Social Corporativa. Isso ajuda a recuperar nichos ecológicos e a formar corredores que facilitam o fluxo de fauna e flora entre trechos das matas da região, além de beneficiar os recursos hídricos. “Os resultados disso chegam direta e indiretamente a milhares de pessoas que vivem nas bacias hidrográficas em que atuamos”, diz Antonietta.­

Ambev
Zelo pela água

Tulio Vidal
Caminhada pelas Águas, uma das iniciativas do Movimento CYAN

Ao fabricar produtos compostos em 95% por água, a Ambev, nascida em 1999, desenvolveu cedo seu currículo sustentável. “A sustentabilidade está no nosso DNA e a preservação do meio ambiente é prioridade na Ambev”, afirma Eduardo França, seu diretor de relações institucionais, sustentabilidade e comunicação. “Trabalhamos interna e externamente, em parcerias com governos, ONGs e sociedade civil, para fazer do mundo um lugar melhor.”

Naturalmente, a empresa trabalha com metas globais em outros setores. Ela pretende reduzir até 2017 as emissões de gases-estufa em 10%, mais de 37% de sua matriz calorífica é composta por fontes de energia sustentável e suas operações no Brasil já atingiram 99,04% de reaproveitamento, para citar três exemplos. Mas os feitos obtidos em relação à água são de chamar atenção: “De 2002 a 2014, reduzimos em 40% o índice de consumo em nossas cervejarias, sendo 3% apenas em 2014”, comemora França.

A empresa lançou em 2010 o Movimento CYAN, que reúne iniciativas para mobilizar e conscientizar a sociedade para o uso racional da água. Entre essas ações, vale destacar o Projeto Bacias, parceria com governos, ONGs como WWF Brasil e The Nature Conservancy e a sociedade civil destinada a recuperar e preservar importantes bacias hidrográficas do país. O projeto, iniciado em Brasília, chegou em 2013 a Jaguariúna (SP) e em maio deste ano a Sete Lagoas (MG).

Basf
Química sustentável

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Casa Econômica, projeto com soluções acessíveis da Basf e de parceiros

Com 150 anos de vida, 104 dos quais no Brasil, a alemã Basf é uma das gigantes mundiais da “química verde”, um conceito associado às companhias do setor que dirigem sua vasta capacidade tecnológica para minimizar cada vez mais o grande impacto socioambiental de suas atividades. Várias iniciativas nesse sentido são adotadas pela empresa e por seus parceiros, em áreas como segurança no transporte dos produtos, eficiência energética, redução de emissões de gases-estufa, menor consumo de água e diminuição de resíduos.

Um exemplo disso é a CasaE, casa ecoeficiente, que tem 400 m2 e funciona como um catálogo vivo de soluções, inovações e tendências relacionadas. Lançado recentemente, o projeto Casa Econômica é uma construção na zona sul de São Paulo que aplica soluções acessíveis da empresa e de seus parceiros destinadas a reduzir o custo total das obras, poupar tempo e recursos, sem descuidar da durabilidade.

Um dos mais preciosos feitos da Basf no Brasil em sustentabilidade foi criar uma instituição dotada de ferramentas que mensuram os resultados das práticas sustentáveis para o negócio. Nascida em 2005, a Fundação Espaço ECO (FEE) põe à disposição das empresas brasileiras e internacionais instrumentos de análise de ciclo de vida, de ecoeficiência e de socioeficiência.
“Ao dividir conhecimentos em socioecoeficiência, a FEE contribui para que as empresas possam avaliar seus indicadores e resultados, apoiando os gestores na tomada de decisão e a sociedade em escolhas mais sustentáveis”, afirma Ralph Schweens, presidente da Basf para a América do Sul. A FEE implementou ainda em 2007 o Programa de Educação e Conservação Ambiental Mata Viva, nascido de uma iniciativa da Basf. A iniciativa promove a recuperação e restauração de áreas de preservação permanente (APPs) e reserva legal (RL) segundo a legislação ambiental.

Boticário
A beleza da conservação

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Salto Morato, reserva mantida pela Fundação Boticário

Presentes desde a criação de O Boticário, em 1977, os cuidados da empresa com o ambiente se concentraram na Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, criada em 1990 e hoje uma das principais instituições privadas brasileiras a investir na área. “Nesses 25 anos, foram apoiados mais de 1.400 projetos, resultando na descoberta de 126 espécies de animais e plantas”, ressalta Malu Nunes, diretora executiva da Fundação. A instituição mantém duas reservas naturais, Salto Morato, na Mata Atlântica, e Serra do Tombador, no Cerrado, as quais protegem mais de 11 mil hectares. Outra iniciativa de destaque é o Oásis, projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais que estimula a conversão de áreas naturais em regiões de manancial.

“A trajetória da Fundação passa a ser cada vez mais de troca”, diz Malu. “Firmamos parcerias para ampliar nossos projetos e construir iniciativas que façam a maior diferença possível nos índices de proteção das áreas naturais brasileiras.” O crescimento dessas atividades abriu espaço para um projeto mais amplo, o Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), uma dos mais importantes eventos da área na América Latina. Realizado desde 1997, o CBUC já reuniu em oito edições mais de 10 mil pessoas, que puderam ali trocar experiên­cias e definir diretrizes para a implementação de políticas públicas de conservação, criação e fortalecimento de áreas protegidas no Brasil.

Braskem
Oportunidade aproveitada

Mathias Cramer/temporealfoto.com
A Braskem criou o I’m green, plástico derivado da cana-de-açúcar

A Braskem, petroquímica fundada em 2002 e que hoje possui unidades industriais no Brasil, nos Estados Unidos e na Alemanha, também lida, em termos de sustentabilidade, com o desafio de fabricar produtos em tese contrários à preservação do meio ambiente, como plásticos. Mas a estratégia de sustentabilidade da empresa, baseada em três pilares (processos e recursos cada vez mais sustentáveis; portfólio de produtos cada vez mais sustentável; soluções para que a sociedade tenha uma vida cada vez mais sustentável) transformou o que a princípio parecia uma contradição irreversível numa janela de oportunidade.

Um exemplo disso é o pesado investimento que a Braskem tem feito no desenvolvimento de polímeros verdes de matérias-primas renováveis. A primeira e mais vistosa concretização desses investimentos foi o plástico I’m green, polietileno produzido desde 2010 a partir do etanol da cana-de-açúcar. O I’m green possui as mesmas propriedades do plástico fabricado a partir do petróleo, mas sua matéria-prima é 100% renovável e proporciona redução na emissão de gases do efeito estufa.

A empresa também tem se aplicado em outros itens relevantes, como a eficiência no reúso de água – em 2013, o índice era de quase 30%, e a meta é chegar a pelo menos 40% em 2020. Há progressos ainda na eficiência energética e na redução da intensidade nas emissões de gases do efeito estufa. A atuação voltada para o desenvolvimento dos locais onde a Braskem atua incluem um convênio entre a empresa e o Sebrae que viabiliza investimentos, respectivamente de 30% e 70%, destinados a incentivar o desenvolvimento de pequenas empresas, cooperativas e associações a fim de fortalecer a cadeia de valor do plástico.

CCR
Amplo reconhecimento

Diuvlgação
Buzum, projeto de incentivo à cultura em comunidades do entorno

Uma das maiores empresas brasileiras de concessão de infraestrutura, transportes e serviços, líder na administração de rodovias no Brasil, o Grupo CCR já contemplava o investimento social privado e a responsabilidade social corporativa desde o início das suas atividades, em 1999, e sete anos depois a sustentabilidade tornou-se prática corporativa. A partir de 2010, o Programa Corporativo de Sustentabilidade da empresa passou a estruturar estratégias e planejar ações que visam promover o desenvolvimento sustentável e envolver as comunidades vizinhas das unidades de negócio do Grupo.

Um ano depois, a sustentabilidade foi incluída nos Objetivos Gerais e Diretrizes (OGD) da CCR. O sucesso das iniciativas da empresa nessa área se reflete nos vários reconhecimentos obtidos no Brasil e no exterior. O Grupo compõe, por exemplo, a carteira do Índice de Desenvolvimento Sustentável (ISE) da BM&FBovespa, e conquistou por dois anos consecutivos o prêmio de melhor empresa de Infraestrutura no Guia Exame Sustentabilidade. A criação do Instituto CCR, no ano passado, permitiu ao Grupo estruturar e qualificar a gestão dos diversos projetos sociais, culturais, ambientais e esportivos próprios da empresa ou incentivados por ela.

Eles se encaixam em quatro eixos de atuação: saúde e qualidade de vida; educação e cidadania (que inclui o Estrada para a Cidadania, um dos maiores programas privados de educação para o trânsito e preservação ambiental); cultura e esporte; e meio ambiente e segurança viária (ao qual pertence o Estrada Sustentável, plataforma aberta para atender usuários e demais públicos da Via Dutra cujo modelo pode ser replicado em qualquer rodovia ou infraestrutura de outros modais).

Ecorodovias
Eficiência socioambiental

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O Ecoviver repassa conteúdos sobre temas ambientais a alunos

Desde que obteve suas primeiras concessões, no fim dos anos 1990, o grupo EcoRodovias tem demonstrado uma firme intenção de traduzir preocupações sociais, econômicas e ambientais em investimentos que garantam a geração de valor responsável e a gestão adequada dos impactos naturais do seu negócio. Um exemplo marcante desses primeiros anos da empresa foi a construção da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes (SP), cercada de cuidados ambientais até então raros em termos brasileiros.

A incorporação da responsabilidade socioambiental à governança da empresa se dá por meio das Diretrizes de Sustentabilidade, um conjunto de oito temas que norteia o modelo de negócios do Grupo e está incorporado no seu planejamento estratégico: qualidade, gestão por processos, meio ambiente, mudanças climáticas, responsabilidade social, segurança no trabalho, ouvidoria e conflito de interesses.

A excelência do trabalho nessa área é percebida em referenciais como a presença da empresa no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBovespa, desde 2011. A EcoRodovias pretende adotar, no curto e no médio prazos, metas para todas as suas áreas de negócio e monitorar os indicadores de acordo com o diagnóstico do ISE e o inventário de emissões.

Entre as diversas iniciativas desenvolvidas pelo Grupo, merece destaque o Ecoviver. Primeiro programa socioambiental corporativo da empresa, ele trabalha, de forma multidisciplinar, conteúdos relacionados à gestão de resíduos, água e energia para estudantes de escolas públicas. No ano passado, foram alcançadas unidades pedagógicas de 23 municí­pios cortados por rodovias da Companhia, fruto do diálogo com gestores municipais e professores da rede pública.

Faber-Castell
Modelo em reflorestamento

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As florestas de Prata tornam a empresa neutra em carbono

Uma das maiores fabricantes de lápis do planeta, a alemã Faber-Castell tem tradição em meio ambiente no Brasil: desde 1992 ela possui aqui programas de preservação de florestas, animais e de uso de fontes de energia alternativa, conciliando as ações da iniciativa privada e a natureza. A produção brasileira é feita apenas com madeira reflorestada. “Esse projeto teve início ainda nos anos 1980, em Prata (MG), onde a empresa fomentou o plantio para a produção de EcoLápis”, conta Elaine Mandado, gerente de Comunicação Corporativa da empresa.

A Faber-Castell mantém em Prata 9.600 hectares de florestas, dos quais cerca de 23% são áreas de preservação permanentes. O resto é ocupado por um tipo de pinus destinado à produção dos EcoLápis que prima pela produtividade florestal: segundo um estudo, as florestas da empresa no Brasil absorvem mais de 900 mil toneladas de carbono, volume superior ao que a Faber-Castell emite em todo o mundo. “Ao contrário de outras empresas que apenas compensam suas emissões de carbono por meio da compra de créditos de carbono, a Faber-Castell pode considerar-se totalmente carbono neutro e contribui verdadeiramente para a proteção climática”, ressalta Elaine.

Entre as várias outras iniciativas socioambientais da empresa, duas são exemplares. A primeira delas é o Animalis, projeto que monitora e identifica os animais que vivem nos parques florestais da Faber-Castell. Já o Arboris envolve a preservação, recuperação e adensamento de remanescentes da flora nativa presente nesses parques. A proposta de utilizar ao máximo fontes renováveis de energia já rendeu à empresa em 2012 o primeiro lugar no Índice Corporativo de Energia Renovável (CREX, da sigla em inglês), elaborado pela Bloomberg New Energy Finance (Bnef).

Fibria
A força do diálogo

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Quase 40% da base florestal da Fibria é preservado

Criada em 2009, a Fibria é líder mundial na produção de celulose de eucalipto. Ciente de que o maior consumo do seu produto é um indicativo de progresso socioeconômico, ela trabalha para obtê-lo de forma sustentável em plantios situados por sete estados. De sua base florestal de 1,076 milhão de hectares, 403 mil (37,5%) se destinam à preservação permanente.

Sua vocação sustentável foi posta à prova ainda no início, ao ter de enfrentar conflitos pela posse de terras com tribos indígenas e grupos do MST em áreas no Espírito Santo e na Bahia. Em 2010, a empresa apostou no diálogo para resolver essas pendências. Um dos primeiros acordos levou à criação de um acampamento sustentável para alojar 1.844 famílias, cuja renda advém do cultivo de alimentos locais, e na fundação de uma escola agrícola na área. Ela possui ainda um programa de estímulo à formação de cooperativas e fornece recursos para a aquisição de equipamentos ligados a essa atividade.

A empresa trabalha também com uma lista de metas de longo prazo (2025), que inclui itens como aumento de 50% na produtividade, duplicação da absorção de carbono pela base florestal, restauração ambiental em 40 mil hectares de áreas próprias, redução em 91% da quantidade de resíduos sólidos industriais destinados a aterro e a obtenção de pelo menos 80% de aprovação das comunidades vizinhas aos empreendimentos da companhia.
A atuação sustentável da empresa lhe tem rendido vários reconhecimentos externos, como a inclusão, nos últimos seis anos, no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

Siemens
O valor da credibilidade

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A Siemens tem investido em inovações sustentáveis, como energia eólica

A sustentabilidade está inevitavelmente associada a conceitos como credibilidade, ética e transparência, e nesse terreno movediço provavelmente não existiu teste mais rigoroso nos últimos anos do que o enfrentado pela Siemens. O enorme conglomerado alemão, com mais de 165 anos de existência, 110 dos quais no Brasil, esteve envolvido em uma série de denúncias de comportamento anticompetitivo em meados da década passada, em vários países do mundo (Brasil inclusive), que resultaram em pesadas multas.

Muitos desses problemas vieram à tona após uma investigação rigorosa conduzida pelo próprio programa de Compliance da empresa, que, no caso brasileiro, originou uma autodenúncia voluntária relativa a irregularidades no setor metroferroviário, em 2013. A força dada internamente a esse pente-fino do Compliance nas ações da empresa, a divulgação das ações equivocadas e o compromisso de não repeti-las – um “novo começo” apregoado pelo atual presidente, Joe Kaeser, ao assumir o cargo, em 2013 – repercutiram positivamente na imagem da Siemens. A companhia, dona de um longo currículo em inovações tecnológicas que beneficiam inúmeras pessoas ao redor do mundo, mostrou ter um crédito a desfrutar com suas partes interessadas.

Ser sustentável, para a Siemens, significa atuar em favor das gerações futuras, promovendo o equilíbrio entre meio ambiente, negócios e sociedade. A intenção se concretiza, por exemplo, no portfólio ambiental da empresa, que no Brasil abrange produtos em áreas como mobilidade, energias renováveis e soluções industriais para eficiência energética e de tratamento de água. A Siemens tem vários programas ligados ao conceito de ecoeficiência em suas instalações, como economia de energia e redução de emissões de CO2.

Toyota
Pegada cada vez mais verde

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Soltura de peixe-boi na APA Costa dos Corais

Fabricar veículos automotores vai, a princípio, na contramão do meio ambiente. Em metrópoles como São Paulo, as emissões dos automóveis são a principal causa da poluição atmosférica. Mas a Toyota, uma das maiores montadoras do mundo, trabalha duro para atenuar esse fator adverso, na busca de produtos cada vez menos poluentes. De suas pesquisas na área já surgiram o Prius, o carro híbrido (movido a gasolina e eletricidade) mais vendido no mundo, fabricado desde 1997, e o Mirai, movido a hidrogênio, lançado em 2014.

Sua fábrica de Sorocaba (SP), inaugurada em 2012, segue a matriz e é a primeira do Brasil a incorporar o conceito ecofactory, na qual uma série de processos de produção e organização dos fornecedores, aliada a ações no interior e no entorno da planta, como a criação de um “cinturão verde” com mais de 100 mil árvores, resultam no menor impacto possível para a atmosfera e os recursos naturais da região. Em adição a isso, a montadora criou em 2009 a Fundação Toyota do Brasil, dedicada a promover a sustentabilidade no país por meio de ações de preservação ambiental e formação de cidadãos.

George Costa e Silva, gerente de Relações Públicas da Toyota, salienta que agir sustentavelmente está no DNA da empresa. “Temos um desempenho mais que satisfatório em relação à sustentabilidade”, afirma, lastreado na conquista de dois prêmios da Interbrand (companhia que trabalha com marcas globais), como a marca mais verde no setor de automóveis. Mas vale um destaque particular para o trabalho da Fundação – “um projeto que a Toyota deixa para as atuais e futuras gerações”, observa – em iniciativas como o Projeto Arara Azul e a APA Costa dos Corais, na região Nordeste, a maior Unidade de Conservação Marinha do Brasil.

Unilever
Ousadia em prol do planeta

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A Unilever vai proteger árvores no Brasil e na Indonésia

Em 2009, o presidente mundial da gigante anglo-holandesa Unilever, Paul Polman, anunciou um plano desafiador: reduzir em 50% o impacto ambiental da empresa, dobrar seu faturamento e aumentar seu impacto positivo na sociedade até 2020. No (falso) dilema lucro ou sustentabilidade, a empresa ficou com os dois – e está dando um grandioso exemplo de como isso é possível. “Com 7 bilhões de pessoas em nosso planeta, os recursos naturais estão sob imensa pressão”, afirma Fernando Fernandez, presidente da Unilever Brasil.

“A elevação da temperatura, a escassez de água, a energia mais cara, as incertezas na oferta de alimentos e o aumento da disparidade entre ricos e pobres impõem à sociedade grandes desafios.” É por esses motivos, e pela contribuição que as empresas podem dar para solucionar tais problemas, que a Unilever pôs a sustentabilidade no centro do seu modelo de negócio. No Brasil, entre 2008 e 2014, a companhia cresceu mais de 60%, reduziu em 36% seu consumo de água e em 35% a emissão de gases-estufa. Ela também atingiu a marca de Aterro Zero em suas 15 fábricas e seus centros de distribuição no país.

Entre as inúmeras iniciativas desenvolvidas pela empresa no setor de sustentabilidade, uma das mais recentes é a campanha pelo fim do desmatamento (inserida na plataforma Unilever por um futuroMelhor), cujo principal objetivo é conscientizar as pessoas sobre a importância de preservar as florestas para combater as mudanças climáticas. A ação, desenvolvida em parceria com a ONG WWF, tem como meta proteger um milhão de árvores no Brasil e na Indonésia.