Deu praia hoje?

Banho na praia em Qingdao, cidade de nove milhões de habitantes a 550 km ao norte de Xangai (China), não é recomendável a todos. É preciso abrir caminho num colchão de algas do gênero Enteromorpha prolifera que recobre boa parte da areia e da água. Oficialmente, as algas proliferaram em virtude da elevação da temperatura do mar, segundo as autoridades, mas há cientistas que atribuem o fenômeno à poluição. A proliferação começou em 8 de junho e até o fim de julho dez mil voluntários haviam retirado milhares de toneladas de vegetais, sem resolver o problema. Na verdade, as algas não representam perigo; são comestíveis, contêm vitaminas e sua ingestão ajuda a melhorar a pele e a baixar a pressão. Mas, quando apodrecem, liberam ácido sulfídrico malcheiroso. Um fenômeno parecido havia ocorrido em 2008, quando Qingdao sediou as provas de iatismo da Olimpíada de Pequim e o governo enviou soldados para ajudar na limpeza.

Desculpem as belas, mas feiura é fundamental

Os homens preferem mulheres mais bonitas para relações casuais e menos atraentes para relações estáveis, dizem cientistas britânicos em um estudo publicado em junho no British Journal of Psychology, “Men’s strategic preferences for femininity”. Segundo eles, a pesquisa é comparável a estudos anteriores que mostram que as mulheres preferem homens bonitos para relações curtas. Entre as explicações arriscadas os cientistas dizem: “Talvez alguns homens estejam inclinados a ter uma parceira de longo prazo, enquanto tentam traí-la com mulheres mais femininas. Ou, uma vez que a parceira de longo prazo está assegurada, o custo potencial de ser descoberto poderia aumentar a seletividade do homem quanto a parceiras fortuitas. Na comparação, os solteiros podem aumentar suas chances de sucesso nos relacionamentos ao suavizar seus padrões”. Esperem até as feministas lerem o estudo.

Rota da seda ferroviária

O Casaquistão, na Ásia Central, abriu uma segunda conexão ferroviária entre a China e a Europa, de olho na revitalização da Rota da Seda, a antiga ligação entre Oriente e Ocidente. Enquanto antigas caravanas de camelos demoravam meses transportando seda, remédios, perfumes e pedras preciosas, os trens percorrem 10.800 km entre Chongqing (sudoeste da China) e Duisburg (Alemanha) em 15 dias, levando artigos eletrônicos, materiais de construção e outras cargas. A nova estrada vai permitir o transporte de dois milhões de toneladas métricas da China para a Europa este ano, movimento que poderá subir, no futuro, para 15 milhões de toneladas métricas.

Independência sem petróleo

Na busca por alternativas ao petróleo, duas gigantes do setor automobilístico – a General Motors e a Honda – deram um passo audacioso ao anunciar, em julho, em Nova York, a criação de uma joint venture para a fabricação de células de combustível para carro elétrico. Dentro de uma bateria recarregável, as células extrairiam hidrogênio e oxigênio do ar convertendo-os em água, gerando eletricidade no processo e eliminando vapor. O presidente da Honda, Tetsuo Iwamura, prevê que os automóveis movidos a células de combustível serão populares em 2020.

Radiatividade camuflada

A radiação liberada pelos 193 testes nucleares que a França realizou no Oceano Pacífico nos anos 1960 e 1970 afetou uma área maior do que a anunciada, informou o jornal francês Le Parisien. Baseado em documentos oficiais recentemente liberados, o diário revelou que toda a Polinésia Francesa recebeu precipitações de plutônio. Num teste realizado em 1974, o Taiti, a ilha mais povoada, registrou 500 vezes mais radiação do que o aceitável oficialmente. Milhares de pessoas da região, que buscam compensações por problemas de saúde, querem que a França revele a verdade integral sobre esses testes. Havia 150 mil pessoas próximas dos locais das explosões. De 800 casos médicos estudados até hoje, só 11 receberam indenização do governo.

Amamentação e sucesso social

Um estudo britânico realizado com mais de 34 mil pessoas nascidas em 1958 e 1970 revelou que aquelas amamentadas no peito quando bebês tinham uma tendência 24% maior de ascender na vida e 20% menos probabilidade de decair socialmente. Segundo os autores da pesquisa, publicada?em junho na revista Archives of Disease in Childhood, ela reforça as vantagens de longo prazo oferecidas pela amamentação na saúde, no comportamento e no desenvolvimento das crianças. A professora Amanda Sacker, da University College de Londres e coautora do estudo, ressalta ainda que os resultados obtidos indicam que os empregadores deveriam oferecer mais suporte às mães no trabalho, como creches onde os bebês poderiam ser amamentados.

Turismo stalinista

Desde junho, a agência Young Pioneers Tours, baseada em Xian (China), leva ocidentais a passeios de um dia a Sinuiju, cidade norte-coreana separada da chinesa Dandong pelo Rio Yalu. A autorização para a viagem, dada após anos de solicitações, permitirá o acesso a preço módico a um dos países mais isolados do mundo. Antes, os ocidentais só dispunham de um pacote com duração de uma semana para a Coreia do Norte, ao custo de US$ 1.300 por pessoa. Já acessível a turistas chineses, Sinuiju oferece como atrações um museu revolucionário, uma estátua de Kim Il-sung (primeiro líder do país e avô do atual Kim Jong-un), apresentações artísticas e a possibilidade de bater fotos com crianças norte-coreanas.

Guerrilha de marfim

Joseph Kony, o fugitivo líder da milícia rebelde ugandense Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), financia a organização com a caça de elefantes, de acordo com entidades de combate a genocídios e crimes contra a humanidade. Em um relatório divulgado em junho, as ONGs afirmam que o LRA tornou a caça ilegal “um meio de se sustentar”, aproveitando-se dos preços recordes do marfim para trocá-lo por armas, munição e comida. Membros da organização capturados dizem que grupos do LRA na República Centro Africana e no Congo “negociam marfim com pessoas não identificadas que chegam em helicópteros”. Desde 2005, o Tribunal Penal Internacional emitiu uma ordem de detenção contra Kony e outros altos oficiais do LRA por crimes de guerra e contra a humanidade.

Cidade maia

As técnicas de análise tridimensional de imagens aéreas trouxeram à tona mais uma cidade maia: Chactún, no oeste da Península de Yucatán (México). Anunciada em junho pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), a cidade tem 22 hectares de área e está coberta por uma densa vegetação. Os arqueólogos encontraram no local três complexos monumentais com ruínas de pirâmides (uma delas com 23 metros de altura), praças, altares, residências, quadras para jogo de pelota e restos de obras artísticas. O estudo do material encontrado em Chactún deverá ajudar a explicar sua importância e a relação com outras cidades maias próximas.

Game mórbido

Um novo brinquedo do parque EcoAlberto, no Estado mexicano de Hidalgo (a 950 quilômetros da divisa com os Estados Unidos), promete ao turista várias das emoções vividas por clandestinos que tentam entrar no vizinho do norte. Percorrido em três horas, o Night Walk (“Caminhada Noturna”) põe grupos de visitantes em contato virtual com falsos “coiotes” (contrabandistas de imigrantes ilegais), sirenes, cães, perseguições e ameaças de uma dura Patrulha de Fronteira (também de mentira). “O objetivo do parque temático é parar a imigração que existe entre nossos cidadãos”, afirma a administradora Maribel Garcia.

Bíblia em quadrinhos

A editora de publicações cristãs Kingstone, dos Estados Unidos, anunciou em junho que?vai produzir uma versão em quadrinhos da Bíblia, num total de duas mil páginas, divididas em 12 volumes. Os primeiros quatro volumes devem sair ainda este ano e os restantes em 2014, promete o editor-executivo Art Ayris. Confiante no poder mercadológico da Bíblia e na suposta facilidade que os leitores terão para compreendê-la melhor na edição quadrinizada, Ayris acredita que a obra fará da Kingstone “a Marvel do mercado da fé”. Uma alusão à editora de quadrinhos consagrada por super-heróis como Homem de Ferro, Hulk e Thor. Tudo é possível na era do espetáculo.

Custo de fumar

O funcionário que fuma custa à sua empresa, em média, US$ 6 mil a mais por ano do que o não fumante, afirmaram cientistas da Universidade Estadual de Ohio (EUA) no primeiro estudo do gênero, publicado em junho na revista Tobacco Control. O cálculo levou em consideração o fato de que os fumantes tendem a morrer mais cedo do que os demais e que, portanto, representam gastos menores com pensão para os empregadores. Segundo Micah Berman, líder da pesquisa, a descoberta pode fortalecer a tendência não só de banir o fumo dos locais de trabalho, mas também de preterir fumantes na contratação de empregados.