Proliferação dos tigres

A população de um dos principais felinos da Terra começa a dar sinais de recuperação
A população de um dos principais felinos da Terra começa a dar sinais de recuperação

Depois de mais de um século de população em declínio, os tigres podem estar retomando a trilha da multiplicação: o censo de 2014, divulgado em abril pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) e pelo Global Tiger Forum, apontou 3.890 exemplares do felino no mundo. Mais da metade deles está na Índia – são 2.226. Os números começaram a cair em 1900, quando havia mais de 100 mil tigres no mundo, e no último levantamento, de 2010, foi registrada a população mais baixa: 3.200. Esse indicador levou países e entidades conservacionistas a juntar esforços para dobrar o número de tigres até 2022, e até o ator Leonardo DiCaprio aderiu à iniciativa. Especialistas alertam que o crescimento pode estar ligado a métodos mais precisos de contagem e ao aumento no número de áreas examinadas, mas acreditam que há mesmo um viés de alta: “Mais importante que os números absolutos é a tendência, e estamos vendo a tendência indo na direção certa”, afirma Ginette Hemley, vice-presidente sênior de conservação da natureza no WWF. O principal problema que ameaça a existência dos tigres é a perda de habitat, sobretudo para a agricultura.

 

18PL520_VoltaMundo2bilhão de dólares é o custo da nova estrutura de aço que envolverá o reator da usina nuclear de Chernobyl (Ucrânia) destruído em um acidente em 1986. Mais de 40 países ajudaram a reunir a quantia. A estrutura, de 30 mil toneladas, será levada no fim do ano ao reator. Trinta anos após o acidente, uma área de 2.590 km2 em torno da usina segue inabitada.

 

Brancura indesejada

Branqueamento de corais na área de Lizard Island: condição nunca vista antes
Branqueamento de corais na área de Lizard Island: condição nunca vista antes

As deslumbrantes paisagens submarinas da Grande Barreira de Corais, no litoral nordeste da Austrália, correm o sério risco de virar coisa do passado em razão do aquecimento e da acidificação das águas oceânicas. As mudanças de temperatura, luz e nutrientes causadas pela água mais quente são as responsáveis pelo branqueamento dos recifes, e a ocorrência do fenômeno El Niño este ano piorou o quadro. Especialistas que visitaram em março a região de Lizard Island (a mais preservada da Grande Barreira), onde esse fenômeno foi registrado semanas antes, declararam que nunca tinham visto os corais da área em estado tão ruim. O atual branqueamento levou o governo australiano a colocar a região no mais alto nível de alerta.

 

Elétrico bom de venda

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A Tesla, fabricante americana de carros elétricos, parece ter acertado na mosca com seu prometido Model 3, sedã que será o primeiro veículo de produção em massa da empresa. As primeiras entregas estão programadas para o fim de 2017, mas as encomendas, iniciadas no fim de março, atingiram 253 mil pedidos em apenas 36 horas. O carro não sairá barato: calculava-se inicialmente que custaria a partir de US$ 35 mil, mas o chefe executivo da montadora, Elon Musk, afirmou que o preço médio deverá ficar em US$ 42 mil, incluindo itens opcionais. Muitos dos que encomendaram o carro pretendem aproveitar um crédito de US$ 7,5 mil concedido pelo governo federal para a compra de veículos elétricos, mas essa vantagem desaparece quando as vendas superam 200 mil unidades.

 

Regime forçado

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Um estudo canadense publicado recentemente na revista Arctic Science confirma que o aquecimento global está cobrando um preço alto para a sobrevivência dos ursos-polares. Entre 1984 e 2009, pesquisadores de Ontário colheram informações de 900 desses animais capturados em vários pontos da costa norte dessa província e descobriram que a média de peso deles caiu muito. Os machos, que tipicamente chegavam a cerca de 500 kg, perderam 45 kg; as fêmeas, com média de 250 kg, agora apresentam 31 kg a menos. Os pesquisadores ligaram a perda ao derretimento do gelo marinho, observada desde os anos 1980. O degelo tem obrigado os ursos-polares a passar cada vez mais tempo em terra firme do que caçando focas (sua principal fonte de alimento). Hoje, calcula-se que os ursos-polares da região ficam 30 dias a menos no gelo marinho do que seus ancestrais.

 

Equilíbrio delicado

Vinhedos na Borgonha: a região terá prejuízos com o aquecimento global
Vinhedos na Borgonha: a região terá prejuízos com o aquecimento global

O aquecimento global tem proporcionado a tradicionais regiões vinícolas da França, como Alsácia, Champagne e Borgonha, condições únicas para a produção de vinhos, mas os cientistas alertam que essa situação excepcional desandará se as temperaturas continuarem a subir. A mudança climática tem antecipado cada vez mais as colheitas, algo em geral associado a vinhos de qualidade mais elevada. Segundo um estudo americano publicado na revista Nature Climate Change, as uvas viníferas são colhidas hoje na França duas semanas antes da média de 500 anos atrás. Se as temperaturas avançarem, porém, a Borgonha poderá perder suas safras de pinot noir, tal como Bordeaux em relação às uvas cabernet e merlot. Por outro lado, o aquecimento global poderá tornar o sul da Inglaterra a nova região de Champagne.

 

Potências da destruição em massa

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A cúpula sobre segurança nuclear realizada em Washington (EUA) em 31 de março teve como objetivo principal obter a união das potências do setor contra a ameaça das armas nucleares ao redor do mundo. O principal alvo era, naturalmente, o governo comunista da Coreia do Norte, para o qual ter armas do gênero parece ser mais importante do que alimentar adequadamente seu povo ou conviver em paz com os vizinhos. Mas um balanço de organizações que estudam o assunto mostra que as potências nucleares também fariam bem em reexaminar seus arsenais, capazes de destruir a Terra várias vezes. Só os Estados Unidos e a Rússia possuem 93% dessas armas. Confira a seguir uma radiografia do atual quadro nuclear do planeta.

 

Rembrandt recriado

Um software criado com a ajuda de especialistas produziu a pintura
Um software criado com a ajuda de especialistas produziu a pintura

É um legítimo Rembrandt? Não, mas chega perto. A tela, que retrata um homem do século 17 na casa dos 30 anos, é a impressão em 3D de uma pintura criada por cientistas da computação, programadores, engenheiros e historiadores da arte com base nas informações de 168.263 fragmentos coletados nas 346 obras conhecidas do mestre holandês. O trabalho, capitaneado pelo publicitário holandês Bas Korsten, levou 18 meses para ser executado e contém nada menos do que 148 milhões de pixels. O Próximo Rembrandt, título da obra, foi apresentado ao público em 5 de abril, na Galerie Looiersgracht60, em Amsterdã. Rebatendo as críticas de que estava tentando criar um novo Rembrandt, Korsten afirmou: “Estamos criando algo novo a partir do seu trabalho. Apenas Rembrandt poderia criar um Rembrandt”.