De acordo com um estudo realizado pelos pesquisadores da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), até 51% dos pacientes que foram internados por conta da Covid-19 relataram piora na qualidade de vida após receber alta hospitalar.

No artigo, publicado nesta segunda-feira (28/03) na Revista da SBMT (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical), os pesquisadores ainda revelaram que mulheres e idosos com comorbidades apresentaram percentuais mais elevados de piora na qualidade de vida depois de contrair o coronavírus.

Segundo os autores, o tempo de permanência no hospital e a duração do período de intubação também foram fatores que aumentaram as chances de piora na qualidade de vida. “Outros fatores incluíram a presença e o número de comorbidades, menor capacidade vital forçada, índice de massa corporal elevado, histórico de tabagismo, graduação e desemprego”, diz o estudo.

As diferenças entre os sexos também chamaram a atenção dos pesquisadores. De acordo com o pesquisador da UFVJM Henrique Silveira Costa, “foram os homens que necessitaram mais de hospitalização, apresentavam uma forma clínica mais grave e fatal da doença. Já as mulheres cursavam para uma pior qualidade de vida meses após a alta”.

Segundo ele, isso aconteceu porque as mulheres registraram sintomas por mais tempo do que os homens. “Já em relação à idade, o que a literatura trouxe é que a idade avançada contribui muito para uma recuperação mais lenta da saúde tanto física como saúde mental desses pacientes”, acrescentou ele.