Em meio a preocupantes notícias de desertificação como as provenientes do Nordeste, é muito bom saber que uma grande iniciativa para amenizar o problema está funcionando. Trata-se do projeto Great Green Wall (algo como Grande Muralha Verde), na África, abordado recentemente pelas revistas “Phys” e “Cosmos”.

Lançado há uma década, o projeto, liderado pela União Africana, envolve o plantio de um cinturão de árvores no sentido latitudinal de uma ponta à outra da África, logo abaixo do Saara. O objetivo é melhorar a vida dos habitantes das regiões do Saara e do Sahel (faixa de cerca de 700 km de largura média situada logo abaixo do grande deserto).

Uma foto recente da missão Copernicus Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia (ESA), que rastreia mudanças na forma como a terra está sendo usada e monitora a saúde da vegetação, revela o progresso obtido até agora. A imagem mostra três países da África Ocidental: Senegal, Gâmbia e Guiné-Bissau. É possível perceber o contraste entre o deserto seco e a terra coberta com vegetação. “Ilhas” mais brilhantes de terra degradada podem ser vistas ao redor de aldeias ou, em menor grau, ao longo de estradas e rios.

Até 2030, o Great Green Wall pretende restaurar 100 milhões de hectares de terras degradadas, sequestrar 250 milhões de toneladas de carbono e criar 10 milhões de empregos verdes. Quando estiver concluído, ele se estenderá por 20 países, desde o Senegal, na costa atlântica, até Djibuti, banhado pelo Mar Vermelho. Será então a maior estrutura viva da Terra.