O abutre “Nelson” foi capturado por uma milícia no Iêmen, que temia que a ave migratória fosse uma espião. Também conhecido como “grifo”, o abutre foi apreendido na cidade de Taiz, depois que ele aparentemente se separou de seus companheiros.

Militantes pró-governo do Iêmen que estão lutando contra rebeldes do movimento Houthi, apoiados por iranianos, viram um transmissor de GPS preso na perna da ave e acharam que ele estivesse sendo usado por seus inimigos para espioná-los.

O abutre Nelson foi capturado por militantes do Iêmen que acharam que ele era um espiã para os inimigos / Foto: Fund for Wild Flora and Fauna
O abutre Nelson foi capturado por militantes do Iêmen que acharam que ele era um espiã para os inimigos / Foto: Fund for Wild Flora and Fauna

Na verdade o aparelho é apenas um dispositivo de rastreamento, colocado em Nelson pelo Fundo Para a Flora e Fauna Selvagem (FWFF, na sigla em inglês), um grupo ambiental na Bulgária, como parte de um esforço para reintroduzi-lo na natureza.

A organização havia perdido contato com Nelson em novembro do ano passado. No início de abril, o FWFF começou a receber mensagens de moradores da região, preocupados com o bem-estar do pássaro, que tinha sido preso pelos militantes.

A partir daí, diversas organizações internacionais se mobilizaram para tentar libertar Nelson. A organização One World Actors Animal Rescues enviou um emissário, o coordenador de resgates Hisham Thabet Hussein Al-Hoot, para negociar com os militantes.

Al-Hoot teve que viajar por 12 horas, da cidade de Sanna para Taiz, em uma rota perigosa por causa da guerra civil que assola o país. O ambientalista passou 10 dias negociando com os captores de Nelson, até finalmente conseguir sua liberdade, no último dia 16.

A trajetória percorrida pelo abutre Nelson, desde a Bélgica até o Iêmen / Foto: Fund for Wild Flora and Fauna
A trajetória percorrida pelo abutre Nelson, desde a Bélgica até o Iêmen / Foto: Fund for Wild Flora and Fauna