A imagem da Lua como um astro totalmente seco tem mudado nos últimos anos, e um novo estudo publicado em julho na revista Nature Geoscience reforça essa tendência. De acordo com a pesquisa, depósitos vulcânicos do solo lunar contêm em seu interior 0,5% de água. A conclusão foi obtida a partir da medição, feita por espectrômetros orbitais, da luz refletida na superfície do nosso satélite natural. Os comprimentos de onda de luz absorvidos e refletidos pelo solo dão uma noção de quais minerais o constituem.

A presença de água na Lua havia sido constatada inicialmente em 2008, quando foram descobertas pequenas quantidades do líquido em fragmentos de vidro vulcânico trazidos pelos astronautas das missões Apollo 15 e 17. Em 2011, pesquisadores encontraram em formações de cristais nesses fragmentos volumes de água similares aos de determinados basaltos terrestres. O autor do novo estudo, Ralph Milliken, da Universidade Brown (EUA), ressalta que as amostras coletadas pelos astronautas da missão Apollo “não são anômalas” e conclui: “Com isso, pode ser que a presença de água seja uma condição normal no interior da Lua”. A notícia é ótima para aqueles que pretendem estabelecer bases no satélite.