Recorde é alcançado em meio à disseminação da variante ômicron. Ministro da Saúde afirma que pico de infecções ainda não foi atingido e defende rápida adoção da vacinação obrigatória.O número de novos casos de covid-19 registrados na Alemanha superou a marca de 100 mil em 24 horas pela primeira vez nesta quarta-feira (19/01), e, segundo o ministro da Saúde, o pico de infecções no país ainda não foi atingido.

Foram computados 112.323 casos em um dia, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI) de controle e prevenção de doenças. Há uma semana, o país contabilizou 80.430 novas infecções. E a contagem diária havia passado de 90 mil pela primeira vez na última sexta.

Com a disseminação da altamente contagiosa variante ômicron do coronavírus, a incidência de infecções em sete dias, usada como parâmetro para a adoção de restrições anticovid no país, chegou ao recorde de 584,4 por 100 mil habitantes nesta quarta. Na véspera, a taxa estava em 553,2, e em 407,5 há uma semana.

O número de mortes contabilizado em 24 horas foi de 239. Desde o início da pandemia, o RKI contabilizou mais de 8,1 milhões de casos de covid-19, mas o número real provavelmente é bem mais alto, já que muitas infecções não são detectadas. Até o momento, 116 mil mortes ligadas à doença foram registradas.

Pico em meados de fevereiro

O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, afirmou esperar que a atual onda de contágios chegue ao auge somente em algumas semanas. “Acredito que alcançaremos o pico da onda em meados de fevereiro, e então o número de casos poderia cair novamente, mais ainda não alcançamos o pico”, disse Lauterbach à emissora RTL na noite de terça.

O ministro afirmou que o número atual de casos não reportados possa ser cerca de duas vezes maior do que o de infecções conhecidas.

Ele pediu ainda que o Parlamento decida logo pela introdução da vacinação obrigatória contra a covid-19 no país para evitar outra onda de infecções no outono.

Apesar da previsão de especialistas de quem em breve quase todos tenham sido infectados, isso não significa que a vacina se tornará supérflua, disse Lauterbach, principalmente porque os mais velhos e doentes ainda não têm imunidade contra a doença.

Pelo menos 60,4 milhões de pessoas já foram totalmente vacinadas contra o coronavírus na Alemanha. Isso corresponde a cerca de 72,6% da população, segundo dados do RKI. Até sexta-feira, 38,7 milhões de alemães já haviam recebido a dose de reforço, o equivalente a 46,6%. No entanto, milhares de alemães se recusam a se vacinar.

No último domingo, quando a incidência de novos casos de covid-19 no país passou de 500 a cada 100 mil habitantes pela primeira vez, Lauterbach alertou para semanas difíceis, com risco de hospitais lotados e aumento do número de mortes.

De acordo com o relatório semanal do RKI divulgado na última sexta-feira, a ômicron se espalhou rapidamente pela Alemanha e já representava 73% dos casos.

Alerta da OMS

Nesta terça-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que a pandemia de covid-19 “está longe de acabar” e alertou contra a ideia de que a variante ômicron seja benigna.

“A ômicron continua varrendo o planeta. (…) Não se enganem, a ômicron causa hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves sobrecarregam as instituições de saúde”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Esta pandemia está longe de acabar, e dado o incrível crescimento da ômicron em todo o mundo, é provável que surjam novas variantes”, acrescentou.

lf (DPA, Reuters, ARD)