Um novo estudo indica que alguns exoplanetas podem ter melhores condições de vida do que a própria Terra.

A descoberta de exoplanetas acelerou a busca por vida fora do nosso sistema solar. Como eles estão muito distantes da Terra, são impossíveis de alcançar com as sondas espaciais. Por isso, os cientistas estão trabalhando com ferramentas de sensoriamento remoto, como telescópios, para entender quais são condições em diferentes exoplanetas.

A compreensão dessas observações remotas exige o desenvolvimento de modelos sofisticados de clima e evolução planetária que permitam aos cientistas reconhecer quais desses planetas distantes podem abrigar a vida.

Segundo Stephanie Olson, da Universidade de Chicago, a busca da NASA pela vida no universo está focada nos planetas da chamada Zona Habitável, que têm potencial para abrigar oceanos de água líquida. Mas nem todos os oceanos são igualmente hospitaleiros – e alguns oceanos serão melhores lugares para se viver do que outros, devido aos seus padrões de circulação global.

Uma pesquisa liderada pela pesquisadora modelou as prováveis ​​condições em diferentes tipos de exoplanetas usando um software desenvolvido pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) da NASA, para simular os climas e habitats oceânicos de diferentes tipos de exoplanetas.

“Nosso trabalho tem como objetivo identificar os oceanos exoplanetas que têm maior capacidade de sediar vida globalmente abundante e ativa”, afirma Stephanie. A pesquisadora diz que a vida nos oceanos da Terra depende de afloramento (fluxo ascendente), que retorna nutrientes das profundezas escuras do oceano para as porções iluminadas pelo sol, onde vive a vida fotossintética.

Mais afloramento significa mais reabastecimento de nutrientes, o que significa mais atividade biológica. “Estas são as condições que precisamos procurar nos exoplanetas”, diz a pesquisadora.

A equipe da Universidade de Chicago criou modelos de uma variedade de exoplanetas possíveis, e foram capazes de definir quais deles têm a melhor chance de desenvolver e sustentar biosferas prósperas. Eles utilizaram um modelo de circulação oceânica para identificar quais planetas terão a ressurgência mais eficiente e, assim, poderiam oferecer oceanos particularmente hospitaleiros.

O resultado mostram que as condições em alguns exoplanetas com padrões de circulação oceânica favoráveis ​​podem ser mais adequadas para suportar vida mais abundante ou mais ativa que a vida na Terra. Para Stephanie, “esta é uma conclusão surpreendente”.