Ponte para o Sul

A ponte estaiada sobre o Rio Negro, no Estado do Amazonas, já tem todos os pilares cravados no rio. A maior ponte brasileira de água doce – 3,5 km de extensão unindo Manaus, na margem norte, a Iranduba, no sul – induzirá o crescimento demográfico e industrial da capital para a outra margem do rio. A expansão econômica aumentará a demanda pela consolidação da estrada Manaus-Porto Velho, a controversa BR-319.

Atualmente, o caudaloso Rio Solimões – que após receber as águas do Rio Negro vira Rio Amazonas – é atravessado por um serviço de barcaças entre Manaus e Careiro da Várzea, na margem sul. De Careiro a BR-319 segue, então, para Porto Velho.

Em 1º de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto definindo como estratégica a pavimentação da BR-319, atualmente intransitável por boa parte do ano. Mas há dois anos o licenciamento ambiental da obra vem sendo negado e postergado, porque o asfaltamento induzirá, fatalmente, à ocupação da região sudeste do Estado, que conserva suas florestas intactas.

Os ambientalistas temem que a BR-319 repita, no Amazonas, a tragédia de desmatamento provocada na década de 1980, em Rondônia, pela BR-364, a rodovia Cuiabá-Porto Velho. Para mitigar os impactos da pavimentação, o governo já delimitou 250 mil km2 de unidades de conservação ao longo da BR-319 e pretende proteger mais 60 mil km2.

É fácil prever que a consolidação da estrada induzirá à expansão da fronteira econômica no Estado. A ponte do Rio Negro atualiza um dilema eterno: será possível conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ecológica? O poeta Fernando Pessoa tem um verso que afirma: “Há uma estrada andando sobre nós”.

 

Abrigo seguro para o urso-polar

O urso-polar não vai ficar sem casa: o governo norte-americano vai designar uma área de 484.330 km2 no Alasca como “hábitat crítico” para esse animal. A área selecionada inclui grandes trechos de mar congelado na costa do Estado, o que deverá significar restrições para os planos de perfurações em busca de petróleo e gás na região.

A ilha autossuficiente em energia

El Hierro, a mais ocidental das Ilhas Canárias (Espanha), vai investir R$ 126 milhões em uma usina de energia hidroeólica que pode torná-la a primeira ilha do mundo autossuficiente em energia. Quando o vento soprar forte ali, como em geral ocorre, os cinco aerogeradores locais produzirão energia e farão a água do mar subir a um reservatório a 700 metros de altura; sem o vento, a água descerá até um reservatório abaixo, produzindo energia ao passar pelas turbinas. A estação deverá ficar pronta em 2011.

Novos recursos para a Mata Atlântica paulista

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo de São Paulo assinaram em dezembro um contrato para financiar a conservação, o uso sustentável e a recuperação socioambiental da Mata Atlântica localizada no Estado. O empréstimo, de US$ 162,5 milhões, terá como finalidade apoiar um programa estadual para promover a conservação e a restauração do Parque Estadual da Serra do Mar, da Estação Ecológica Jureia-Itatins e de unidades de conservação marinhas e costeiras e seu entorno.

Avanço do mar no Caribe

Um estudo sobre a elevação do nível do mar ligada ao aquecimento global no Caribe, apresentado pela ONU na COP-16, em Cancún, mostrou que aquela região do globo também sofrerá impactos pesadíssimos com o avanço das águas. Aeroportos, usinas, estradas, campos cultivados e hotéis de luxo se localizam em áreas baixas e poderão ficar submersas ou duramente danificados. Apenas nos 15 principais países de língua inglesa do Caribe o custo da reconstrução em 2080 ficaria em US$ 187 bilhões.

 

Empresas verdes

O projeto Poço de Carbono Peugeot – ONF – em Mato Grosso, fechou a primeira fase com o plantio de mais de 2 milhões de árvores de espécies nativas. No biênio 2011-2020, além da captura de carbono, será testado um modelo econômico que busca a preservação da biodiversidade, a integração regional e a replicabilidade.

A BM&FBOVESPA e o BNDES lançaram em dezembro o Índice Carbono Eficiente (ICO2), que leva em conta o inventário de emissões de gases-estufa das empresas. A primeira carteira conta com 42 das companhias integrantes do Ibr-X 50, indicador que mede o retorno de uma carteira teórica composta pelas 50 ações mais negociadas na bolsa.

A Samsung tornou-se parceira da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) em novembro. O acordo prevê a construção e a manutenção do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade da Área de Preservação Ambiental do Rio Negro e o pagamento do Bolsa Floresta Familiar para 100 famílias da reserva a partir da doação da empresa.

A unidade industrial que a Toyota começa a construir em Sorocaba (SP) será alinhada ao conceito Ecofactory, pelo qual a matriz japonesa fixa critérios de alto padrão de eficiência ambiental em suas fábricas. Entre as metas estão a redução máxima das emissões de CO2 e de compostos orgânicos voláteis, o reúso de água pluvial e a redução na geração de resíduos.