Menos de 1.500 das quase 30 mil térmicas fósseis responderam, em 2018, por quase ¾ das emissões de todo o setor elétrico global. Um trabalho publicado na Environmental Research Letters defende colocar o foco nestas superemissoras para reduzir a poluição que provocam. Das 10 mais poluentes, 2 ficam na Europa, 2 na Índia e 3 na Coreia do Sul. China, Japão e Taiwan têm uma cada. Se, no agregado, a China é de longe a maior emissora e tem, hoje, a maior frota de térmicas a carvão, suas plantas são menores e, portanto, não entraram na classificação.

O trabalho traz outro dado interessante sobre essas 10 mais: todas são menos eficientes do que a média das térmicas do país de origem e emitem mais dióxido de carbono por MWh gerado – algo entre 30% e 75% mais. Isso sugere que haveria muito espaço para reduzir as emissões dessas superemissoras. A Vice comentou o trabalho.

Em tempo: Neste século, nos EUA, o aumento da capacidade hidrelétrica vem da instalação de turbinas em barragens existentes e na instalação de equipamentos mais eficientes em usinas antigas.

Como diz um artigo na 360 Yale, a era da construção de grandes usinas se encerrou na virada do século e que há um potencial de mais 1,5 GW a ser explorado. Aqui o potencial é pelo menos 6 vezes maior só contando com a repotenciação de cerca de 50 das grandes hidrelétricas. O Estadão cita um estudo da EPE de 2019 sobre essas usinas e aponta duas razões para isso não acontecer: o interesse nas grandes obras sempre foi mais forte e a própria regulação do setor, que desestimula os donos das usinas a gerarem mais energia com a mesma quantidade de água.