Chanceler federal da Alemanha disse a premiê israelense que falas foram “intoleráveis ​​e completamente inaceitáveis”. Scholz foi criticado por não contestar a resposta de Abbas durante a coletiva de imprensa conjunta.O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, disse nesta quinta-feira (18/08) ao primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, que qualquer tentativa de minimizar ou negar o Holocausto é inaceitável.

Scholz afirmou ao líder israelense que os comentários feitos pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, durante uma coletiva de imprensa conjunta na terça-feira em Berlim “foram intoleráveis ​​e completamente inaceitáveis” ​​para todo o governo alemão.

O líder alemão foi criticado por permanecer em silêncio após Abbas comparar ao Holocausto os ataques de Israel a palestinos.

“O chanceler enfatizou [a Lapid] que condena veementemente qualquer tentativa de negar ou relativizar o Holocausto”, disse o porta-voz de Scholz, Steffen Hebestreit. A posição foi reafirmada em um tweet de Scholz após o telefonema.

O gabinete de Lapid disse que ele agradeceu a Scholz “tanto como primeiro-ministro de Israel quanto como filho de sobreviventes do Holocausto”. Os dois líderes também concordaram em se encontrar em Berlim “em breve”, disse o porta-voz do líder alemão em um comunicado.

Abbas volta atrás comentário

Os governos alemães do pós-guerra há muito argumentam que a palavra Holocausto se refere a um crime único: o assassinato sistemático pessoas, incluindo 6 milhões de judeus, pela Alemanha nazista.

Os comentários de Abbas provocaram indignação na Europa, nos Estados Unidos e em Israel, onde Lapid os chamou de “não apenas uma desgraça moral, mas uma mentira monstruosa”.

Em resposta à repercussão negativa da fala, Abbas divulgou uma declaração chamando o Holocausto de “o crime mais hediondo da história humana moderna”.

Polêmica em Berlim

Na terça-feira, Abbas disse, em visita a Belrim, que os israelenses já teriam cometido “50 Holocaustos em 50 locais palestinos desde 1947”, referindo-se a ataques aos territórios palestinos.

A declaração veio em resposta a um jornalista que perguntou se Abbas pediria desculpas a Israel, na ocasião do 50º aniversário do ataque à delegação israelense nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Naquele ano, a ação de um grupo terrorista palestino em solo alemão terminou com a morte de 11 atletas e treinadores israelenses.

Scholz não contestou a resposta de Abbas durante a coletiva de imprensa, que foi encerrada logo após o comentário do líder palestino de 87 anos. Somente mais tarde o chanceler expressou sua “indignação” com a fala, em postagem no Twitter.

“Estou indignado com as revoltantes declarações do presidente palestino Mahmoud Abbas. Em particular para nós, alemães, qualquer tentativa de relativizar a singularidade do Holocausto é intolerável e inaceitável. Condeno qualquer tentativa de negação dos crimes do Holocausto”, escreveu o líder alemão.

A fala de Abbas, bem como a reação tardia de Scholz, foi amplamente condenada por políticos da oposição e entidades judaicas na Alemanha e em Israel.

“Mahmoud Abbas acusar Israel de ter cometido '50 Holocaustos' enquanto permanece em solo alemão não é somente uma desgraça moral, mas também uma mentira monstruosa”, escreveu Lapid no Twitter.

“Seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto, incluindo 1,5 milhão de crianças. A história jamais o perdoará.” Lapid é filho de um sobrevivente do Holocausto.

(AP, Reuters)