Um aplicativo que foi criado para alertar surfistas e nadadores quando havia tubarões perto de praias australianas possibilitou pesquisas científicas sobre interações entre humanos e a vida marinha.

O aplicativo DroneSharkApp, criado em 2017 por Jason Iggleden, se tornou muito popular na internet. Atualmente, o aplicativo tem 359 mil seguidores no TikTok. Com ele, os usuários podem optar por receber notificações sobre qualquer coisa, desde os tubarões para os quais se destina, até a qualidade da água, rasgos ou as chances de pegar um peixe.

Uma opção do aplicativo é a detecção de vida marinha. O site do aplicativo se refere a “baleias, golfinhos, focas, arraias e muito mais”, e é esse aspecto que levou a um artigo na revista Drones. Com a funcionalidade do app, a Dra. Vanessa Pirotta, da Universidade Macquarie, viu uma oportunidade para mais do que apenas um documentário sobre a natureza ao vivo.

Ela e seus coautores estudaram 678 vídeos postados do aplicativo no Instagram ao longo de 432 dias de observação. A partir deles, os autores conseguiram encontrar 94 eventos de alimentação dos principais predadores marinhos e 101 interações entre tubarões e humanos. Felizmente, não houve nenhum caso de tubarões se alimentando de humanos.

O DroneSharkApp também foi usado pela equipe de pesquisadores para revelar muitos exemplos de baleias jubarte e anãs viajando para o norte com seus filhotes. Este talvez seja o aspecto mais significativo do artigo. Tradicionalmente, essas baleias dão à luz ao norte de Queensland, na Austrália. O fato de que agora estão dando à luz milhares de quilômetros ao sul indica que algo importante mudou no ambiente marinho.

Como observa o artigo, os drones são cada vez mais populares entre os biólogos marinhos, sendo usados ​​para estudar a distribuição de espécies, densidade de medusas e infecções do trato respiratório superior das baleias jubarte, entre muitos outros tópicos.

No entanto, registrar os dados mais valiosos pode levar tempo, e os cientistas nem sempre têm o suficiente para obter o que precisam. Quando aqueles que pilotam os drones por outros motivos filtram suas imagens e as oferecem ao mundo gratuitamente, os resultados podem ser surpreendentes.