Cientistas estimam que entre 100 milhões e um bilhão de aves morrem a cada ano nos Estados Unidos quando colidem com edifícios, especialmente arranha-céus cobertos de vidro ou iluminados. A estimativa é do centro de aves migratórias da Instituição Smithsonian (EUA), usando dados de uma grande variedade de diferentes grupos em todo o país.

Um outro estudo, da Universidade de Cornell, EUA, publicado no início do mês, apontou quais cidades americanas são as mais mortais para os pássaros.

Segundo o relatório da pesquisa, muitas espécies de aves migratórias desenvolveram a capacidade de migrar à noite, e a recente e rápida expansão da luz artificial no período noturno alterou significativamente o céu pelo qual elas viajam. As luzes brilhantes afetam a orientação dos animais.

De acordo com o estudo, Chicago, Houston e Dallas, foram as cidades que mais apresentaram poluição luminosa. Seguidas por Nova York, Los Angeles, St Louis e Atlanta, que também apresentam riscos durante a migração.

Segundo reportagem do jornal “The Guardian” sobre o perigo dos arranha-céus para as aves, Chicago é a cidade mais perigosa para as aves, pois além da poluição luminosa a cidade tem muitas superestruturas de vidro e é o espaço aéreo mais movimento durante a migração dos pássaros. Mais de 5 milhões de aves de pelo menos 250 espécies diferentes voam pelo centro da cidade a cada outono e primavera.

As aves viajam duas vezes por ano, percorrendo muitos milhares de quilômetros, indo para o Norte na primavera da América Central e do Sul, através dos Grandes Lagos até o Canadá, e de volta ao Sul no outono.

De acordo com a reportagem, Manhattan é outra armadilha para as aves, especialmente as que migram. Segundo Susan Elbin, diretora de conservação e ciência da Audubon de Nova York, uma organização de defesa de aves, os pássaros confundem os reflexos das árvores nos prédios de vidro, e acabam colidindo com eles e morrendo.

A organização realiza “estudos de monitoramento de colisão” em setembro e abril de cada ano, enviando dezenas de voluntários para as ruas da cidade para rastrear aves caídas. A Audubon estima que cerca de 90 mil a 200 mil aves sejam mortas por colisões com edifícios na cidade a cada ano.

Kyle Horton, um dos autores do estudo da Universidade de Cornell, disse ao “The Guardian” que a intenção dos pesquisadores não foi criticar as cidades em si. “Estamos tentando aumentar a conscientização – tentando fornecer dados que possam ajudar”, afirmou.

Segundo Kaitlyn Parkins, bióloga da Audubon em Nova York, uma medida possível e que faria grande diferença seria apagar as luzes dos edifícios durante a noite por algumas semanas durante o pico de migração. Os estados de Nova York e Minnesota já tomaram essa iniciativa, reduzindo as luzes de edifícios públicos durante a migração.

Outras soluções passam por adotar projetos mais amigáveis aos pássaros, utilizado dimmers, por exemplo, que controlam a intensidade de iluminação.