Em tempos de mudança climática, uma boa novidade vem do árido Níger (África Ocidental). Uma espécie antes menosprezada, a Faidherbia albida, ali chamada de gao, está se espalhando – ela é maioria nos cerca de 200 milhões de novas árvores observadas no sul do país nos últimos 30 anos – e renovando a agricultura na região. Elas não foram plantadas: surgiram naturalmente em mais de 5 milhões de hectares de terras ocupadas por milhares de camponeses. Enquanto as plantas cultivadas sob a copa de outras árvores não vingam por falta de sol, aquelas sob a sombra do gao prosperam porque o sistema de raízes dessa espécie, quase tão grande quanto os galhos, extrai nitrogênio do ar, fertilizando o solo. Além disso, suas folhas caem na estação chuvosa, facilitando o acesso da luz solar às plantas em um momento crucial. O solo próximo ao gao retém mais a água, garantindo melhores colheitas em tempos de seca, e o emprego de fertilizantes possibilita colheitas duas vezes maiores.