O drama das queimadas amazônicas  também é acompanhado por pessoas com visão privilegiada da Terra: os tripulantes da Estação Espacial Internacional (ISS, na abreviatura em inglês). A foto acima foi batida pelo astronauta da Agência Espacial Europeia (ESA) Luca Parmitano em 24 de agosto, a 400 quilômetros acima da superfície terrestre. Ele tuitou as imagens, legendando-as: “A fumaça, visível por milhares de quilômetros, de dezenas de incêndios causados pelo homem na floresta amazônica”.

Enquanto os incêndios atingem a floresta tropical, ventos fortes carregam plumas de fumaça por milhares de quilômetros sobre a terra e o mar. Elas ajudaram a causar a escuridão na tarde de 19 de agosto em São Paulo, a cerca de 2.500 km de distância. Dados do Copernicus Atmosphere Monitoring System (CAMS) mostram que a fumaça chegou até a costa do Atlântico.

Os incêndios de fato são comuns durante a estação seca na região, que vai de julho a outubro. Mas este ano é diferente de qualquer outro. Os dados do satélite Copernicus Sentinel-3 ajudaram a detectar quase 4 mil incêndios somente em agosto de 2019. No ano passado, apenas 1.110 incêndios foram registrados no mesmo período. As chamas sem precedentes deste ano, quatro vezes o número normal, têm como origem provável o desmatamento legal e ilegal para fins agrícolas.

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Acredita-se que o aumento das temperaturas globais também torne a região mais suscetível ao fogo.

Os incêndios desencadearam uma crise internacional, pela perda que um patrimônio natural como esse representaria em termos de oxigênio a menos na atmosfera (ali se produz cerca de 20% do oxigênio da Terra) e de biodiversidade, por exemplo. Em seu tuíte, Luca Parmitano escreveu: “Não há Planeta B”.