Enquanto em órbita sobre o Egito, um astronauta da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) fotografou essa bacia em forma de coração que faz fronteira com o rio Nilo e o Deserto Ocidental, no Egito. A depressão, conhecida como oásis de Fayum e tema de nota do site Earth Observatory, da Nasa, espalha-se por mais de 1.200 quilômetros quadrados e foi formada a partir do antigo leito do lago Moeris.

O represamento parcial do Moeris durante o reinado de Ptolomeu II (283-246 a.C.) permitiu que grandes áreas de solo aluvial fértil fossem recuperadas para a agricultura. Hoje, o lago de água salgada Qarun (Birket Qarun), localizado na margem norte da depressão, é o remanescente do Moeris. A salinidade do lago Qarun é causada por altas taxas de evaporação no clima árido.

Fazendas e pomares preenchem a depressão e alinham as margens ocidentais do Nilo. As numerosas pequenas manchas cinzentas são aldeias e cidades nas áreas agrícolas intensamente cultivadas. A área tem sustentado a vida humana ali há mais de 8 mil anos e fornece recursos para muitas espécies de pássaros e peixes, bem como para a ameaçada gazela-branca.

Bahr Yussef, que liga o Nilo ao oásis de Fayum, originariamente se formou como um desdobramento natural do rio. Em 2300 a.C., ele foi ampliado e aprofundado em um canal para ajudar a regular o fluxo para o oásis. O canal transporta água doce e sedimentos para a área antes de desaguar no lago Qarun.