Astrônomos da Universidade Yale (EUA) conseguiram um novo flagrante do 2I/Borisov, o primeiro cometa interestelar conhecido a cruzar o Sistema Solar. Descoberto pelo astrônomo amador ucraniano Gennady Borisov em 30 de agosto de 2019, esse cometa (também denominado C/2019 Q4 foi formado em outro sistema planetário e lançado no espaço interestelar por causa de uma quase colisão com um planeta desse sistema.

A nova imagem do 2I/Borisov foi feita em 24 de novembro de 2019, com equipamentos do Observatório W.M. Keck, em Mauna Kea, no Havaí (EUA).

Na sua jornada de aproximação ao Sol, o 2I/Borisov está liberando gás e poeira fina em sua cauda. Atualmente, essa cauda tem cerca de 161 mil quilômetros de comprimento (aproximadamente 40% da distância entre a Terra e a Lua). Já o núcleo sólido do cometa tem apenas 1,6 km de largura.

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Diagrama dos astrônomos de Yale que mostra a trajetória recente do cometa em relação a Terra, Sol e Marte e o momento em que ele deve voltar ao espaço interestelar. Crédito: Pieter van Dokkum/Cheng-Han Hsieh/Shany Danieli/Gregory Laughlin/Universidade Yale

No dia 8 de dezembro o 2I/Borisov chegará ao ponto de sua trajetória mais próximo do Sol, a cerca de 293 milhões de quilômetros da estrela. Sua volta ao espaço interestelar se dará em meados do próximo ano.

“Objetos interestelares como o 2I/Borisov são artefatos cósmicos que contêm uma mina de ouro de dados sobre outros sistemas solares além do nosso”, disse Pieter van Dokkum, de Yale. “Podemos estudar o gás e o material em torno do 2I/Borisov para caracterizar sua composição química e compará-la com outros cometas do Sistema Solar.” Nesses estudos, os cientistas já detectaram várias moléculas-chave na coma do cometa (a nuvem de poeira e gás que circunda o núcleo desse corpo), como gás cianeto, carbono diatômico (molécula formada por dois átomos de carbono) e água.