Pesquisadores americanos descobriram que as bactérias presentes na língua de cada pessoa têm uma organização espacial complexa e altamente estruturada. Sua pesquisa foi apresentada em artigo na revista “Cell Reports”.

“A partir de uma análise detalhada da estrutura, podemos fazer inferências sobre os princípios de crescimento e organização da comunidade”, disse o autor sênior Gary Borisy, do Forsyth Institute e da Harvard School of Dental Medicine. “As bactérias na língua são muito mais do que apenas uma pilha aleatória. Elas são mais como um órgão do nosso corpo.”

Os pesquisadores analisaram amostras de 21 participantes saudáveis ​​e identificaram 17 gêneros bacterianos abundantes na língua e presentes em mais de 80% dos indivíduos. A foto acima, apresentada no artigo, mostra um biofilme bacteriano raspado da superfície de uma língua e fotografado usando uma técnica fluorescente chamada CLASI-FISH, desenvolvida por Borisy e seus colegas.

LEIA TAMBÉM: Como os mosquitos acham humanos para picar

Inovação

As cores indicam o tecido epitelial humano que forma um núcleo central (mais cinzento) e bactérias diferentes. As Actinomyces (vermelho) ocupam uma região próxima ao núcleo; os estreptococos (verde) localizam-se em uma crosta externa e em listras no interior. Outras categorias de bactérias (Rothia, ciano – mistura de verde e azul; Neisseria, amarelo; Veillonella, magenta – mistura de azul e vermelho) estão presentes em aglomerados e faixas que sugerem crescimento da comunidade para fora do núcleo central.

“A língua é particularmente importante porque abriga um grande reservatório de micróbios e é um ponto de referência tradicional na medicina: ‘mostre a língua’ é uma das primeiras coisas que um médico diz”, acrescenta Jessica Mark Welch, ecologista microbiana do Marine Biological Laboratory em Woods Hole, Massachusetts, e coautora do estudo. “Acreditamos que aprender quem está perto de quem nos ajudará a entender como essas comunidades funcionam.”

“Nosso estudo é novo porque ninguém antes foi capaz de olhar para o biofilme na língua de uma maneira que distingue todas as bactérias diferentes, para que possamos ver como elas se organizam”, diz Borisy.