12_PL513_UNESCO3Quase 16 milhões de meninas entre 6 e 11 anos de idade nunca terão a oportunidade de aprender a ler e escrever no ensino fundamental, ante cerca de 8 milhões de meninos na mesma faixa etária, se as tendências atuais continuarem, segundo um novo estudo do Instituto de Estatística da Unesco (UIS, na sigla em inglês).

Divulgado em março, o eAtlas da Desigualdade de Gênero na Educação da Unesco mostra que o direito à educação ainda é negado primeiramente às meninas, apesar dos progressos conquistados nos últimos 20 anos. As disparidades de gênero permanecem mais altas nos países árabes, na África Subsaariana e no Sul e Oeste da Ásia. Na obra não há dados a respeito do Brasil.

Na África Subsaariana, 9,5 milhões de meninas nunca entrarão em uma sala de aula, em comparação com 5 milhões de meninos, de acordo com a UIS. No total, mais de 30 milhões de crianças entre 6 e 11 anos estão fora da escola na região. Algumas começarão os estudos mais tarde, mas a maioria permanecerá totalmente excluída e as meninas enfrentarão as maiores barreiras.

A disparidade entre os sexos é ainda maior no Sul e no Oeste da Ásia. Nessas regiões, cerca de 4 milhões de meninas fora da escola nunca terão educação formal, ante menos de 1 milhão de meninos. As meninas constituem a maioria dos milhões de crianças excluídas da escola nos países árabes, apesar de os conflitos na região inviabilizarem estimativas mais precisas.

“Devemos trabalhar em todos os níveis, desde a base aos líderes mundiais, para colocar a equidade e a inclusão no coração de cada política, a fim de que todas as meninas, sejam quais forem as circunstâncias, possam ir à escola, permanecer lá e se tornar cidadãs capacitadas”, disse Irina Bokova, diretora-geral da Unesco.

O eAtlas da Desigualdade de Gênero na Educação da Unesco (no endereço tellmaps.com/uis/gender) mostra as disparidades de gênero do ensino fundamental para o superior, utilizando os últimos dados disponíveis do UIS. Com cerca de 100 mapas interativos e gráficos, a obra mostra as trajetórias escolares de meninas e meninos em mais de 200 países e territórios.

“Vemos claramente onde as injustiças começam e como se acumulam através das vidas das meninas e mulheres mais marginalizadas”, disse Silvia Montoya, diretora do UIS. “Mas os dados também mostram que as meninas que conseguem começar o ensino fundamental e passam para o ensino médio tendem a superar os meninos e a continuar seus estudos.”

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