A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou hoje (10) uma sequência de imagens obtidas pelas câmeras selfie MCAM a bordo da missão nipo-europeia BepiColombo enquanto se aproximava da Terra antes de sua manobra de sobrevoo com auxílio da gravidade, em abril de 2020. Lançada em outubro de 2018 pela ESA e pela Agência Japonesa de Exploração Aerospacial (JAXA), a BepiColombo irá investigar Mercúrio, o menor e mais interno planeta do Sistema Solar.

As imagens na sequência (clique sobre a imagem inicial para ver a série) foram tiradas em intervalos de 10 minutos a partir de 11:25 UTC (UTC é a abreviatura em inglês de Tempo Universal Coordenado, fuso horário de referência a partir do qual se calculam todas as outras zonas horárias do mundo) até 21:04 UTC em 9 de abril de 2020, menos de um dia antes da abordagem mais próxima.

Quando a BepiColombo se aproximou do nosso planeta a uma velocidade superior a 100.000 km/h, a distância à Terra diminuiu de 281.940 km para 128.000 km durante o tempo em que a sequência foi capturada.

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Nessas imagens, a Terra aparece atrás da estrutura da espaçonave e abaixo da antena de alto desempenho e se move lentamente para o centro da imagem.

Sobrevoos necessários

A manobra, a primeira de um total de nove sobrevoos, mas a única na Terra, ajudou a direcionar a espaçonave em direção a Vênus, à medida que gradualmente se aproximava de sua órbita-alvo em torno de Mercúrio.

A missão BepiColombo está centrada em duas naves diferentes: o Mercury Planetary Orbiter (MPO), sob a responsabilidade da ESA, e o Mercury Magnetosphere Orbiter (MMO), a cargo da JAXA. As duas naves estão “empilhadas” com o Mercury Transfer Module (MTM). Um quarto elemento, o MMO Sunshield and Interface Structure (MOSIF), está protegendo o MMO ao longo da viagem interplanetária. Durante a atual fase da missão, os quatro módulos viajam em conjunto, formando uma nave denominada Mercury Composite Spacecraft (MCS).

Durante sua viagem de sete anos para Mercúrio, a BepiColombo usará duas vezes a gravidade de Vênus e seis vezes a mercuriana para quebrar a força gravitacional do Sol. Essa necessidade constante de quebrar a atração solar exige muito combustível ou uma trajetória complicada com muitos sobrevoos – caso contrário, a BepiColombo não seria capaz de entrar na órbita correta em torno de Mercúrio.