Em conversa com presidente Zelensky, americano promete “reação decisiva” no caso de uma invasão, em meio aos temores gerados pelo acúmulo de tropas russas na fronteira ucraniana.O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçou o apoio americano à Ucrânia em meio ao acirramento das tensões com a Rússia, em conversa por telefone com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta quinta-feira (27/01).

O americano reafirmou a “prontidão dos Estados Unidos, juntamente com seus aliados e parceiros, para reagir de maneira decisiva se a Rússia invadir a Ucrânia”, disse a Casa Branca, em nota.

Biden, segundo o comunicado, “avalia apoio macroeconômico adicional para ajudar a economia da Ucrânia, tendo em vista a pressão resultante do aumento da presença militar da Rússia”.

O presidente reagiu a críticas recebidas pela decisão de recomendar aos americanos em solo ucraniano que deixassem o país, ao assegurar que a embaixada dos EUA em Kiev continuará “aberta e em pleno funcionamento”.

A Rússia está por trás de uma insurgência de separatistas no leste da Ucrânia, que já matou mais de 13 mil pessoas desde 2014, mesmo ano em que Moscou anexou a Península da Crimeia, que era parte do território ucraniano.

A crise entre Moscou e Kiev se agravou nos últimos meses, após o Kremlin enviar milhares de soldados e equipamentos militares à fronteira com o país vizinho, gerando temores de uma invasão.

O americano expressou apoio às negociações entre representantes da Ucrânia e da Rússia, mediadas pela Alemanha e França, onde as partes envolvidas no conflito no leste ucraniano se comprometeram a implementar um cessar-fogo na região.

Em postagem no Twitter, Zelensky disse que ele Biden tiveram uma “longa conversa”, na qual discutiram “esforços diplomáticos” para o alívio das tensões, além de “ações conjuntas para o futuro”.

Ele agradeceu Biden pela assistência militar ao país, e disse que “possibilidades de apoio financeiro à Ucrânia também foram discutidas.”

Nord Stream 2

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, afirmou que o gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, não vai avançar se a Rússia invadir a Ucrânia.

“Quero ser muito claro: se a Rússia invadir a Ucrânia, de um jeito ou de outro, o Nord Stream 2 não vai avançar”, afirmou. “Não vou entrar em detalhes. Vamos trabalhar com a Alemanha para assegurar que ele não avance”, acrescentou, sem especificar se o governo alemão concordou com isso.

O controverso gasoduto foi construído com o intuito de dobrar a quantidade de gás natural fornecida pela Rússia diretamente para a Alemanha via Mar Báltico, ou seja, sem passar pela Ucrânia, tradicional país de trânsito e que costuma receber taxas por isso.

As obras foram concluídas em setembro do ano passado, mas o gasoduto ainda não começou a operar.

O projeto enfrentou resistência na União Europeia, por parte dos EUA e também da Ucrânia, sob o argumento de que irá elevar a dependência energética da Europa em relação à Rússia.

Price afirmou que, como ainda não há transporte de gás, os EUA e seus aliados têm poder de barganha sobre a Rússia.

rc (AFP, Reuters)