Entre 2014 e 2015, foram descobertas 381 novas espécies de seres vivos na Amazônia, informa um relatório do WWF-Brasil e do Instituto Mamirauá (unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) divulgado em 30 de agosto. São 216 espécies de plantas, 93 de peixes, 32 de anfíbios, 19 de répteis, 18 mamíferos, dois mamíferos fósseis e uma ave. Os números indicam que, no período coberto, praticamente uma espécie de ser vivo foi descoberta na Amazônia a cada dois dias. Nas duas edições anteriores desse relatório, realizadas de 1999 a 2009 e de 2010 a 2013, a taxa média de dias para descoberta era maior: 3 dias (1.200 novas espécies) e 2,5 dias (602 novas espécies), respectivamente. “Imaginar que ainda hoje, em 2017, estamos verificando a existência de novas espécies mesmo com escassos recursos diz que ainda temos muito a conhecer e descobrir nessa região”, afirma Ricardo Mello, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil. Somados, os três relatórios registram a descoberta de mais de 2 mil espécies em 17 anos. Conheça abaixo algumas das novidades mais recentes:
Ave rapazinho-estriado-do-oeste (Nystalus obama) – Essa ave de bico pontudo e forte mora em florestas de terras firmas e secundárias maduras, com árvores de mais de 15 metros de altura, e seu nome científico é uma homenagem a Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos (Foto: Divulgação)
poiaeiro-de-chico-mendes (Zimmerius chicomendesi) – Essa ave foi registrada pela primeira vez em 2009, na Floresta Nacional de Humaitá (AM), mas só foi descrita em uma expedição de 2011. Com um canto peculiar, homenageia em seu nome o ambientalista acriano Chico Mendes (Foto: Divulgação)
Boto Inia araguaiensis – Visto pela primeira vez em 2014, na bacia do rio Araguaia, tem aspectos moleculares e medidas do crânio diferentes das dos botos amazônicos. A espécie teria se separado há 2,8 milhões de anos das outras populações de botos e povoar a região do Araguaia (GO). (Foto: Divulgação)
Macaco zogue-zogue-rabo-de-fogo (Piecturocebus miltoni) – Descoberto numa expedição do WWF-Brasil ao noroeste de Mato Grosso em dezembro de 2010, homenageia em seu nome científico um dos maiores primatólogos do país, Milton Thiago de Mello (Foto: Adriano Gambarini)