Pelo menos 25 milhões de crianças, a maioria de países pobres, não tomaram uma ou mais doses das principais vacinas em 2021, em decorrência de conflitos, emergências climáticas, campanhas de desinformação e medidas de distanciamento social drástico para conter o avanço da covid-19. Segundo relatório divulgado em julho pela Organização Mundial da Saúde (OMS), esse é o maior retrocesso em vacinação infantil em mais de uma década.

O percentual de crianças que receberam as três doses da tríplice bacteriana (DTP), que protege da difteria, do tétano e da coqueluche, por exemplo, caiu cinco pontos entre 2019 e 2021, para 81%. A cobertura da vacina contra o sarampo também recuou para 81% – é necessário vacinar 95% das crianças para interromper a cadeia de transmissão de algumas dessas doenças. Outro dado preocupante é o aumento de quase 40% no total de crianças que não receberam nenhuma dose das principais vacinas: eram 13 milhões em 2019 e 18 milhões em 2021, segundo a OMS.

O Brasil foi um dos países mais afetados: 26% das crianças brasileiras não receberam nenhuma das principais vacinas em 2021, em comparação com 13% em 2018.

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