Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta terça-feira (10), mostra que, entre 35 países com dados disponíveis sobre o tema, o Brasil fica em as três nações com menor número de doutores no mundo.

No País, a proporção de pessoas com doutorado é de 0,2% da população. A média dos países que compõe a OCDE é de 1,1%.

Em relação aos dados que pessoas com mestrado, o Brasil também fica bem distante da média. O País tem apenas 0,8% de população entre 25 e 64 com mestrado, enquanto a média dos países integrantes da OCDE é de 13%.

Esses baixos índices estão ligados também ao baixo número de brasileiros com acesso ao ensino superior: só 21% da população entre 25 a 34 anos tem diploma de educação superior.

Essa discrepância pode piorar ainda mais nos próximos anos, já que o governo federal vem cortando o financiamento de pesquisas. No início do mês, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC), anunciou o corte de 5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que estavam previstas para os quatro meses restantes do ano.

Além disso, o orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) vai cair em 87% no próximo ano. No dia 9 foi divulgado que o governo enviou proposta orçamentária que destina R$ 16,5 milhões em material de pesquisa para o CNPQ, contra uma verba de R$ 127,4 milhões de 2019.