O Brasil vai participar da última fase de testes em humanos de uma vacina preventiva contra o HIV. Os testes estão no estágio 3, que é o mais avançado antes da imunização poder ser aprovada, e serão realizados em oito países da Europa e da América.

A vacina, que levou 12 anos para ser desenvolvida e já foi testada em macacos, é fruto do projeto “Mosaico”, da organização Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. Nesta última fase, milhares de voluntários receberão a vacina para que seja avaliada a eficácia na prevenção de novas infecções por diferentes subtipos do vírus HIV.

A princípio, a vacina será testada em homens e pessoas transexuais que mantêm relações sexuais também com homens e transexuais, de idades entre 18 e 60 anos, por conta da alta incidência da doença em homens gays e bissexuais e mulheres transgênero.

Entre os voluntários, metade dos pacientes receberá um placebo e a outra metade receberá a vacina, dividida em quatro doses durante um ano, que contêm pedaços de vírus modificados que identificarão o HIV e devem ativar uma resposta imunológica do indivíduo em relação ao vírus. Os voluntários também receberão um kit de prevenção contra o HIV, incluindo a PrEP (profilaxia pré-exposição), medicamento para prevenir o contágio.

A ideia da vacina é diminuir o ritmo das 1,5 milhão de novas infecções estimadas por HIV que acontecem todos os anos. Estima-se que a imunização possa reduzir em 65% o número de novos casos.

No Brasil, uma das instituições envolvidas nos testes será a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mas as inscrições de voluntários ainda não foram abertas.

Fontes: Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo