O próximo passo tecnológico nas guerras poderá ser a atuação de caças a jato sem piloto humano a bordo. Segundo reportagem publicada hoje no site da rede de notícias NBC, esses aparelhos robóticos, dirigidos a partir de bases em terra, seriam empregados em ações como espionar bases e atrair a atenção das armas inimigas, desviando-a de aviões de combate tripulados. Com isso, calculam os estrategistas militares, seria possível não só ampliar o poder aéreo como evitar a perda de caças de primeira linha, com preços que superam US$ 100 milhões a unidade.

Para limitar a participação de pilotos humanos, esses drones sofisticados contariam com sistemas de inteligência artificial capazes de fazer com que eles não só consigam voar, mas também aprendam a compreender as necessidades dos pilotos que voam ao seu lado e a responder taticamente a elas.

A ideia já saiu do papel. No início deste ano, o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos anunciou o programa Skyborg, destinado a desenvolver a inteligência artificial necessária para controlar os drones. Já estão sendo realizadas missões de treinamento em que aviões conduzidos por pilotos militares voam lado a lado com esses drones.

Um dos novos aparelhos é o XQ-58A Valkyrie, cuja unidade construída pela Kratos Unmanned Aerial Systems custa “apenas” US$ 2 milhões. Esse drone atinge a velocidade máxima de 1.050 km/h. Segundo o secretário assistente da Força Aérea dos EUA (Usaf), Will Roper, o XQ-58A Valkyrie estaria apto para voar em missões até 2022.

Outros países trabalham no mesmo sentido. Alemanha e França estão desenvolvendo o Sistema de Combate Aéreo do Futuro, um acordo de US$ 74 milhões, com duração de dois anos, dedicado à construção de um caça que atuaria como um centro de comando voador para esquadrões de aviões de combate.

Já a Força Aérea Australiana trabalha em parceria com a Boeing para desenvolver um drone controlado por inteligência artificial capaz de acompanhar aeronaves pilotadas por humanos ou voar sozinho. O primeiro voo de teste da aeronave está previsto para 2020.