Os cães são os mamíferos com uma das maiores variações de tamanho que se conhece. As raças muito grandes, caso do dinamarquês, podem ser até 40 vezes maiores do que as bem pequenas, como os chihuahuas.

Os especialistas em evolução atribuíam a redução no tamanho dos cães à domesticação, iniciada há 20 mil anos. Eles partiam da ideia de que os seres humanos queriam por perto cachorros pequenos e passaram a selecionar os menores. Agora, um grupo coordenado pela geneticista Elaine Ostrander, do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, nos Estados Unidos, verificou que a história pode ter sido diferente.

Os pesquisadores analisaram o genoma de 230 raças de cães (Canis lupus familiaris) e de outras 12 espécies da família dos canídeos, entre eles, lobos, raposas e coiotes. Constataram que uma variante genética associada ao porte menor já estava presente há 54 mil anos no lobo-da-estepe (Canis lupus campestris). A mesma variante foi encontrada em coiotes, raposas, chacais e outros canídeos, o que sugere que tenha sido herdada de um ancestral comum (Current Biology, 27 de janeiro). Ela ocorre em uma região do genoma que controla a expressão do gene IGF-1, que produz um importante hormônio de crescimento.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.