Cães conseguem diferenciar idiomas, segundo análises de pesquisadores da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria. Sob coordenação da psicóloga mexicana Laura Verónica Cuaya, eles usaram imagens de ressonância magnética para avaliar a atividade cerebral de 18 cães enquanto eles ouviam trechos de O Pequeno Príncipe, em espanhol ou húngaro. Os animais até então haviam sido expostos a apenas um dos dois idiomas (falado por seus tutores), de modo que foi possível comparar como o cérebro respondia a uma língua familiar e a outra desconhecida.

Os autores tocaram ainda passagens distorcidas para avaliar se os animais diferenciavam trechos de fala daqueles de sons aleatórios (não fala).

Houve alterações específicas na atividade do córtex auditivo primário dos cães quando ouviam passagens distorcidas, sugerindo que eles poderiam diferenciar a fala da não fala (NeuroImage, 12 de dezembro). Também ocorreram alterações no córtex auditivo secundário dos animais quando expostos a trechos em espanhol e húngaro, o que indica que conseguiriam diferenciar a língua familiar da desconhecida.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.