Foi descoberta esta semana, por acaso, uma câmara desconhecida logo abaixo da Casa Dourada (em latim, Domus Aurea), em Roma. O cômodo subterrâneo estava soterrado e preservou vários afrescos de criaturas reais e míticas. Há figuras como o deus Pan, um centauro, uma pantera atacando um homem com uma espada e uma “esfinge muda e solitária”, o que lhe rendeu o nome de “Câmara da Esfinge”.

Datado de 2 mil anos atrás, foi encontrado pela equipe do Parque Arqueológico do Coliseu durante um projeto de restauração enquanto montavam andaimes para trabalhar em uma sala adjacente do complexo da Casa Dourada. Esse palácio, construído pelo imperador Nero entre 64 d.C. e 68 d.C., logo após o incêndio da cidade, ficou conhecido por ser um local de muitas festas.

Acredita-se que o palácio possuía mais de 300 cômodos suntuosos (nenhum deles era de dormitórios, cozinha ou banheiro), em mármore branco polido, com muitos afrescos e obras de arte, além de uma estátua de 35,5 metros de altura do próprio imperador. Não se sabe ao certo para que servia a câmara recém-descoberta, mas já se especula que abrigou algumas histórias selvagens em seu tempo.

“A Câmara da Esfinge, como nós a chamamos, permaneceu na escuridão por quase vinte séculos e agora nos fala sobre o espírito do governo de Nero”, informou Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, em um comunicado à imprensa.

O palácio foi prontamente destruído e soterrado após a morte de Nero (que se suicidou em 68 d.C. após ser condenado como inimigo público) por ser visto como constrangedoramente extravagante por seus sucessores. Foi apenas redescoberto novamente no final do século XV, também por acaso, quando um jovem caiu em uma fenda no morro.