O mundo está mudando e as empresas também. Lucro, renda e empregos são o cerne do capitalismo, mas não bastam. Em sintonia com os novos tempos, a transformação do negócio em um vetor de melhoria da sociedade, de preservação do meio ambiente e de bem-estar dos funcionários induz empresas pioneiras a repensar o propósito dos empreendimentos e o papel dos negócios em um mundo em crise. É preciso mudar o paradgma. 

Para tanto, as revistas INSTOÉ  e PLANETA lançam o prêmio “As Empresas Mais Conscientes do Brasil”, que vai identifi car e reconhecer as companhias que estão fazendo essa transição. “O capitalismo consciente representa uma profunda e necessária transformação na forma de se fazer negócios”, afi rma Caco Alzugaray, presidente executivo da Editora Três. “As empresas que não se adequarem a essas mudanças provavelmente ficarão para trás.” 

Poderão participar do prêmio empresas de todos os portes (confi ra no quadro ao lado). As inscrições fi carão abertas até o dia 10 de junho e deverão ser feitas no site www.empresasmaisconscientes.com. br. A organização será feita pela Report Sustentabilidade e a avaliação seguirá a metodologia do B Lab, organização americana dedicada a certifi car empresas com práticas alinhadas ao capitalismo consciente. Desde 2007, o B Lab desenvolve os questionários que analisam as companhias em cinco dimensões: governança, modelo de negócios, relações com os funcionários, relações com a comunidade e meio ambiente. 

Nos Estados Unidos, os conceitos de capitalismo consciente ganharam ressonância em empresas como Whole Foods, a maior varejista de produtos orgânicos do mundo, a Patagonia, grife de roupas esportivas, e a companhia aérea Southwest. No Brasil, o modelo já encontra exemplos valorosos. “Uma empresa não pode visar exclusivamente o lucro, mas precisa ter um conjunto de valores”, diz Camila Valverde, diretora de sustentabilidade do Walmart Brasil. “Quando vamos lançar uma marca,  pensamos no que ela pode trazer de conceitos e como contribuiu para mudanças de comportamento positivas”, diz João Paulo Ferreira, vice-presidente comercial e de sustentabilidade da Natura. 

Para o guru indiano dos negócios Rajendra Sisodia, fundador do movimento capitalismo consciente, as companhias devem assumir a responsabilidade de mudar as pessoas e a si próprias. “Muitas empresas estão começando a descobrir que devem aderir a uma abordagem diferente para o negócio, que se baseia na criação de valor em vez da exploração”, disse em entrevista à ISTOÉ.