Os automóveis são como a segunda casa de muitos brasileiros, onde passam muitas horas por semana. Não por acaso, muitos motoristas já estão ávidos por entregar a condução ao próprio carro para se entreter na internet.

Loucos por carros e por internet, os brasileiros querem juntar tudo num mesmo pacote. Navegação na web, acesso a e-mails e dispositivos de direção autônoma estão entre as comodidades modernas mais desejadas nos automóveis, segundo pesquisa da consultora Accenture, realizada com cerca de 14 mil pessoas de 12 países, entre eles o Brasil. Embora a maior parte da frota nacional seja de veículos econômicos – 54% modelos compactos e 25% de porte intermediário –, 24% dos consumidores brasileiros acham essencial e 61% importante possuir o mesmo sistema operacional dos seus dispositivos móveis no carro. Cerca de 76% dos usuários estariam dispostos a pagar uma taxa mensal ou um adicional na hora da compra do veículo para obter serviços de internet.

Se hoje esses opcionais hi-tech são vistos como distrações perigosas para o motorista, num futuro nem tão distante quanto se imagina eles fazem todo sentido. Segundo a consultoria fi nanceira Morgan Stanley, até 2026 os carros deverão ser totalmente autônomos. Ou seja, nesse contexto “utópico” o usuário vai virar um passageiro dentro do seu automóvel, no sentido literal da palavra. No futuro, o veículo vai se autodirigir o caminho inteiro usando câmeras, sensores e softwares elaborados. Além disso, haverá dispositivos de comunicação com sistemas de informação do trânsito, das estradas, dos semáforos e com os outros carros. A Morgan Stanley calcula que os novos carros conectados poderão enxugar US$ 5,6 trilhões da economia mundial em estruturas que passariam a ser desnecessárias, acidentes evitados e melhorias no fluxo do trânsito.

Mas mesmo para os tecno-utópicos de plantão, que acreditam na tecnologia para solucionar todos os problemas da humanidade, fica a pergunta: e se der pane no sistema?