Final de novembro. Tempo de árvores de Natal, provas finais na escola, amigo secreto do escritório, planejamento de férias de fim de ano, e Copa do Mundo. Sim, 2022 não podia terminar sem sua última esquisitice: a maior competição de futebol do mundo está acontecendo agora, em vez de junho e julho, quando é tradicionalmente disputada.

O motivo para isso é o clima do país-sede. Em junho, começo do verão no desértico Catar, as temperaturas médias são muito quentes em comparação com outras partes do mundo. Por isso, a Fifa optou por realizar a competição no final do ano, na véspera do inverno, quando os termômetros são (um pouco) mais amenos.

Essa é apenas uma das polêmicas que envolvem a realização da Copa do Mundo no Catar. O clima também toca outra polêmica da competição: a de que ela seria a primeira Copa “neutra em carbono”, com suas emissões compensadas pelo país-sede.

Intenção em xeque

Deutsche Welle abordou como esse argumento é frágil: noves fora o impacto da construção dos estádios e das viagens aéreas dos turistas estrangeiros ao país, alguns luxos (como o ar-condicionado instalado em todos os estádios e até mesmo ao ar livre em algumas ruas e praças) facilmente colocam em xeque essa afirmação.

Ao mesmo tempo, o NY Times trouxe uma visão quase distópica para a experiência da Copa no Catar. As adaptações tecnológicas aplicadas pelos anfitriões antecipam algo que deverá ser comum aos organizadores de competições esportivas no futuro: pensar nos reflexos do clima mais quente e seco sobre o desempenho dos atletas e o bem-estar do público nas arquibancadas e até mesmo fora delas. Ou seja, o ar-condicionado massivo instalado nos estádios nos parece um absurdo agora; mas, no futuro, a coisa pode ser diferente.