Dois estudos publicados na revista Science estão colocando em cheque a explicação sobre o desaparecimento dos dinossauros na Terra, segundo publicou o jornal Folha de S. Paulo.  A teoria da queda do meteoro parecia estar confirmada após estudos da cratera de Chicxulub, na Península de Yucatán, no México. As análises mostraram que o impacto teria causado tsunamis, contaminação do solo por certos metais e uma poeira que teria coberto todo o planeta por anos, no período Cetáceo. Motivo suficiente para provocar a extinção em massa de 75% dos seres vivos sem precisar de ajuda.

Agora, dois grupos avaliam se o maior motivo não teria sido, na verdade, a liberação de gases nocivos oriundos de vulcões que entraram em atividade numa época próxima (com uma margem de erro de 1 milhão de anos). O derramamento maciço de lava que teria chegado a soterrar o atual território da Índia envolvem três gases em especial: dióxido de carbono e metano (que causam aumento das temperaturas, como vemos acontecer nos dias de hoje) e composto de enxofre (que escurece a atmosfera, produzindo esfriamento e chuvas ácidas mortais).

O ponto de divergência dos estudos é se a causa da destruição em massa há 66 milhões de anos atrás aconteceu pela combinação da queda do meteorito com os problemas causados pelos vulcões ou se este se sobrepôs ao outro. O grupo britânico liderado por Courtney Sprain, da Universidade de Liverpool (Reino Unido) não acredita que o vulcanismo teve tanto impacto quanto o meteoro. Já o grupo americano, liderado por Blair Schoene, da Universidade de Princeton (EUA) chegou à conclusão de que a combinação dos dois fatores foi a causa de tanta morte.

Novas análises e estudos são necessários, já que cada grupo utilizou como referência átomos radiativos diferentes que podem ser encontrados nas rochas vulcânicas e que deixam incertezas na datação dos acontecimentos e, portanto, na correlação entre eles. Mas, como destaca a reportagem da Folha, “o tema é importante não apenas para entender a ascensão dos mamíferos, grupo a que pertence o ser humano, quanto para se ter uma ideia do que ocorre num planeta que sofre mudanças climáticas extremas em pouco tempo”.