O combate às “sacolinhas” e ao perigo que representam para o meio ambiente na América Latina tem avançado de forma inédita no Chile. O país se tornou o primeiro da região a banir totalmente o uso desses produtos no comércio, promulgando em agosto do ano passado uma lei aprovada em maio pelo Congresso local.

Desde então, a lei vem sendo implantada em etapas. Até janeiro, apenas um máximo de dois sacos plásticos podia ser oferecida a cada compra. A partir de agora (fevereiro de 2019), as grandes lojas não poderão mais entregar as sacolinhas, enquanto as pequenas empresas terão até agosto de 2020 para virar a chave.

Em caso de descumprimento da regra, multas de cerca de US$ 350 por sacola podem ser aplicadas. As exceções são casos em que o material seja necessário para higiene ou para evitar desperdício de alimentos.

Sacolas de plástico: vetadas no comércio chileno (Foto: iStock)

Calcula-se que mais de 3,4 milhões de sacolas plásticas eram utilizadas anualmente no Chile até então. Com a entrada da lei em vigor, a redução no uso desses artigos deve superar 3 milhões. Um dos principais objetivos da lei “Tchau, sacos plásticos”, como ficou conhecida, é proteger os milhares de quilômetros de costa que o Chile possui.

No mundo, calcula-se que cerca de 5 bilhões de sacolas sejam usadas todos os anos. Os danos ecológicos que causam também são em grande escala. O plástico mata cerca de um milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Até 2050, estima-se que 90% das aves marinhas tenham ingerido plástico, o que pode até causar a extinção de algumas espécies.